A Coleção Opus teve início no ano 2001, quando Maximilian Büsser, fundador da MB&F, estava à frente da Harry Winston Rare Timepieces. Sua proposta era a produção de uma obra-prima relojoeira totalmente inédita a cada ano, através da parceria com um mestre relojoeiro independente. Aqui, a palavra em latim que significa "Obra" foi utilizada em seu sentido mais elevado, ao designar sublimes obras de arte relojoeiras.
Para assistir a uma rápida apresentação da Coleção Opus , clique no botão "Play" abaixo (clipe de alta qualidade; por favor, aguarde o carregamento):
Ao contrário do que normalmente ocorria (e ainda ocorre) na indústria, em que o talento de relojoeiros independentes é utilizado na produção de complicações para os relógios das grandes marcas, e quando de seus lançamentos os nomes dos criadores simplesmente desaparecem, a Harry Winston não só deu a eles grande liberdade de criação como ainda orgulhosamente estampou seus nomes ao lado de sua própria marca.
Os criadores ainda puderam se beneficiar de todo o poder de comunicação de uma grande marca, obtendo assim um alcance na divulgação de seus trabalhos que dificilmente teriam sem a Coleção Opus.
Até então, a produção relojoeira da Harry Winston, apesar de já contar com modelos complicados como calendários perpétuos, não era muito percebida nos meios da alta relojoaria.
A Harry Winston notabilizava-se mais pela presença nos pulsos de estrelas nos tapetes vermelhos de Hollywood, pois seus relógios eram uma extensão da luxuosa produção de jóias desta casa de grande tradição na alta joalheria.
Opus One
O lançamento do Opus One, na verdade um conjunto de três diferentes relógios, viria a mudar radicalmente esta imagem e definitivamente colocaria a Harry Winston no mapa da alta relojoaria mundial. Os três mecanismos criados pelo grande mestre François Paul Journe foram abrigados em caixas de platina com linhas inspiradas pelos arcos do lendário Salão Harry Winston na Quinta Avenida, em Nova Iorque.
O Opus One Cronômetro de Ressonância utiliza um movimento com dois balanços independentes, sincronizados pelo fenômeno da ressonância, resultando em um dos mais precisos relógios mecânicos de pulso já construídos.
O segundo modelo da série Opus One é um Turbilhão combinado com um "remontoir", um dispositivo auxiliar que fornece energia de forma constante ao escapamento, isolando-o das flutuações da mola principal. Esta combinação, então inédita em um relógio de pulso, assegura uma alta precisão ao mecanismo.
O terceiro relógio, o Automático de cinco dias, trouxe o primeiro mecanismo automático a manter 120 horas de precisão de cronômetro, mesmo fora do pulso. Uma de suas principais características é a construção compacta, que permitiu o uso de um grande balanço, com 10,1 mm de diâmetro, uma garantia de grande estabilidade.
Os três excepcionais relógios Opus One foram lançados em exclusivas edições de 6 peças por modelo.
Opus Two
A série Opus Two, apresentada em Baselworld 2002, também foi composta por três diferentes modelos. À frente de seus mecanismos com turbilhão estava o relojoeiro Antoine Preziuso.
O Opus Two Turbilhão com Calendário Perpétuo exibe na frente o engenhoso turbilhão de um minuto de Preziuso e as indicações de horas e minutos. No verso, através de um fundo secreto, é revelado o calendário perpétuo retrógrado patenteado HW 100, da Harry Winston, em um mostrador de ouro branco, com indicações de dia da semana, data, mês e ano bissexto. A tampa é ativada por botão oculto na posição das 3 horas.
O segundo relógio apresenta um Turbilhão com 110 horas de reserva de marcha em um mecanismo esqueletizado finamente acabado.
O terceiro modelo traz o movimento com turbilhão e 110 horas de reserva de marcha, esqueletizado e com pontes cravejadas de diamantes. Sua caixa é cravejada por 62 diamantes em lapidação baguete (4,40 carats).
Em comum, os três modelos apresentam caixa em platina 950 com 38 mm de diâmetro.
Opus 3
Desenvolvido com Vianney Halter, o Opus 3 representou uma ruptura com relação a movimento, forma e conteúdo. Uma complicação nunca antes vista, em um formato radicalmente inédito. Um relógio ao qual é impossível se ficar indiferente.
Seu movimento mecânico único foi o primeiro a fornecer um mostrador totalmente digital, com horas, minutos, segundos e data saltantes - com cada dígito indicado separadamente.
O modo de ler o tempo também é único: 6 "escotilhas" através das quais 10 discos, rodando independentemente, mostram as horas (escotilhas externas no topo), os minutos (escotilhas externas inferiores) e a data (centro superior e centro inferior). Adicionalmente, precedendo a mudança de hora ou minuto, a abertura superior da data exibe uma contagem regressiva dos quatro segundos finais do minuto.
A obsessão dos parceiros pelo detalhes levou-os à concepção de um sistema de corda inédito. Ao invés da tradicional tige vertical, o Opus 3 apresenta, pela primeira vez, uma coroa horizontal que ajusta para cima e para baixo em quatro níveis de ajuste.
O Opus 3 levou um ano e meio para ser desenvolvido. 98% do relógio (movimento e caixa) foram criados e fabricados especificamente para ele. A caixa compreende mais de 50 peças e o movimento, mais de 250.
O Opus 3 foi criado como uma série limitada de 55 peças, 25 em ouro rosa, 25 em platina e 5 em platina com diamantes Harry Winston, em uma caixa retangular com dimensões de 36,00 x 52,50 mm e 13,70 mm de espessura.
Opus 4
O Opus 4, criado em parceria com Christophe Claret, apresentou um mecanismo de grande complexidade, constituído por dois conjuntos de ponteiros em movimento reverso. Turbilhão e repetidor de minutos em um lado, uma grande lua e data no outro.
A mais espetacular característica do Opus 4 é o repetidor de minutos com um par de gongos "catedral", que dão duas voltas ao redor do movimento, diferentemente dos gongos usuais, com uma única volta. O gongo catedral, assim chamado porque ressoa como o sino de uma igreja,
Os gongos do Opus 4 são feitos de um aço sueco temperado chamado "Sandwik", tradicionalmente escolhido pelos relojoeiros por sua flexibilidade, resistência e excelente transmissão sonora.
O par de gongos catedral produz uma nota baixa no gongo maior e uma alta no mais curto. Quando o repetidor é ativado, um martelo para cada gongo bate as horas no gongo baixo, os minutos no alto e os quartos (ding-dong) em ambos.
O movimento a corda manual tem 423 peças, incluindo os 40 rubis - na verdade, safiras brancas ao invés dos usuais rubis vermelhos. A reserva de marcha é de 53 horas.
A caixa redonda em platina é derivada do modelo Premier, mas difere por ter sido a primeira caixa reversível feita pela Harry Winston. O dono de um Opus 4 pode assim escolher a face a exibir de acordo com seu estado de espírito. O diâmetro de 44mm era excepcionalmente grande para um Harry Winston, mas estava em conformidade com a primeira lei dos relógios sonoros: quanto maior a caixa, melhor o som.
A edição foi limitada a 18 exemplares, mais dois modelos com caixa cravejada de diamantes.
Opus V
Criado em cooperação com Felix Baumgartner, o Opus V causou grande impacto quando de seu lançamento em 2005, por apresentar um modo totalmente novo de se exibir as horas.
A indicação das horas se dá através de três pequenos blocos, cada um deles com quatro numerais, arranjados como satélites em um sistema rotatório tridimensional, mostrando as horas enquanto giram ao redor de dois eixos. Os minutos possuem um ponteiro retrógrado de grande amplitude, que se move sobre um contador de 120 graus. Adicionalmente há indicações da reserva de marcha de 122 horas e dia/noite.
No verso, uma outra novidade: um "indicador de serviço", graduado de 0 a 5 anos, projetado para informar ao dono do Opus V quando ele necessitará da manutenção periódica.
O modelo foi produzido em séries limitadas de 45 peças em ouro rosa, 45 em platina e 10 peças em platina, cravejados de diamantes. A largura da caixa é de 50 mm.
O fim da série Opus?
Após o lançamento do Opus V, a Harry Winston anunciou uma pausa no projeto. Maximilian Büsser deixaria a empresa, para se dedicar à sua própria marca. Contudo, o novo diretor da Harry Winston Rare Timepieces, Hamdi Chatti, não perdeu tempo em retomar uma plataforma tão inovadora e de tão grande sucesso no mundo da alta relojoaria. Uma reunião com Robert Greubel e Stephen Forsey bastou para a definição da continuidade da série Opus.
Opus 6
A criação do Opus 6 deu-se em tempo recorde. Seis meses se passaram entre os primeiros contatos e a apresentação em Baselworld 2006. A associação com a Greubel Forsey resultou em um magnífico relógio onde o duplo turbilhão inclinado em 30° reina soberano sobre o mostrador de múltiplos níveis. Seu movimento foi batizado de Emotion 30°.
O mostrador apresenta indicações de horas e minutos em dois discos concêntricos na posição das 2 horas e segundos na posição das 11.
A reserva de marcha do movimento a corda manual com 288 componentes, sendo 128 as peças das duas gaiolas do turbilhão, é de 72 horas.
A caixa escolhida para o Opus 6 foi baseada na coleção Ocean da Harry Winston, e foi confeccionada em ouro branco, em uma edição limitada a apenas 6 exemplares.
Opus 7
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O Opus 7 foi criado em parceria com Andreas Strehler, que desenvolveu um movimento com engrenagens aparentes e pontes vazadas compondo o desenho de uma borboleta, diretamente inspirado pelo Art Noveau.
A beleza deste mecanismo, contudo, não está somente em sua aparência. Strehler criou uma nova forma de indicação do tempo. Ao invés dos ponteiros de horas, minutos e reserva de marcha, o grande disco situado na posição das 2 horas gira ao se pressionar a coroa, através de seu protetor.
Ao se pressionar a coroa pela primeira vez, o disco gira e a hora é mostrada pelo alinhamento com o indicador à esquerda no formato de triângulo, que mostra a letra "H". Pressionando-se pela segunda vez, o disco alinha-se com o indicador que mostra a letra "M" de minutos. Na terceira vez, o disco alinha-se para exibir a reserva de marcha (letra R).
Com relação à reserva de marcha, esta é de 60 horas, mas a precisão do relógio não começa a declinar antes dela ser atingida. No Opus 7, a precisão é constante ao longo das 60 horas de funcionamento. Quando a reserva expira, o movimento simplesmente pára.
A caixa em ouro branco com 45 mm de diâmetro é derivada da coleção Ocean da Harry Winston. A edição foi limitada a 50 exemplares.
Opus 8
Em Baselworld 2008 foi revelado o novo Opus 8, criado em parceria com o francês Frédéric Garinaud, fundador da Unidade de Especialidades Relojoeiras - a "Cellule des Spécialités Horlogères" (CSH).
O Opus 8 utiliza mecanismos mecânicos a corda manual para criar um moderno mostrador digital. Inspirado em uma brincadeira de arte de pinos, que criam impressões 3D de objetos pressionados contra eles, os números no mostrador aparecem apenas "sob demanda", ativados por um botão no lado direito da caixa. Nada surge até que o mecanismo receba corda.
Uma placa une pequenos segmentos, móveis e fixos. Logo abaixo está um disco conduzido pelo movimento, que gira independentemente em tempo real. Quando o mecanismo recebe corda, as peças ajustam-se para mostrar a hora. Assim que a placa abaixa, os pequenos segmentos permanecem visíveis, "bloqueados" pelo cristal, permitindo que a hora seja lida por 5 segundos. Tecnicamente, todas as funções estão interligadas, permitindo que tudo seja exibido sob demanda - o ponteiro de minutos muda a hora que então muda a função AM/PM.
Em breve, Relógios & Relógios publicará um artigo exclusivamente sobre o Opus 8, o mais recente capítulo desta que se constitui em uma verdadeira saga relojoeira, a Coleção Opus Harry Winston, uma coleção que muito tem contribuído para a inovação na alta relojoaria e para a divulgação do talento de grandes mestres independentes. Aguardamos ansiosos pela próxima grande surpresa que certamente será o novo Opus 9!