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CartierEntrevista exclusiva com Christophe Maincourt

20 de novembro de 2009
Christophe Maincourt é Presidente da Cartier para América Latina e Caribe desde o ano 2000, sendo responsável por uma rede de 21 boutiques e 280 pontos de venda em 40 países.

No final do mês de Outubro, Maincourt esteve no Brasil, juntamente com o mestre relojoeiro Michel Barbier, para o lançamento da coleção Haute Horlogerie de Cartier, no Rio e São Paulo, onde recebeu a equipe de Relógios & Relógios para uma agradável entrevista no Baretto do Hotel Fasano.




Relógios & Relógios: Não é muito comum que as marcas tragam peças de Alta Relojoaria para o Brasil, como as da nova coleção Cartier. Qual é a motivação da Cartier em fazê-lo agora?

Christophe Maincourt: Para apresentá-las e naturalmente para vender essas peças no Brasil. Devo dizer que, apresentar esta coleção, uma coleção de Alta Relojoaria, é uma grande mudança para a Cartier. Ela é composta de dez modelos, sendo 4 movimentos. 3 são feitos inteiramente em nossa manufatura, e 1 em colaboração com Renaud & Papi. Nós trouxemos esta coleção para o Brasil porque nós julgamos que seja um mercado bastante sofisticado com relação à alta relojoaria. Há grandes colecionadores aqui, e os novos modelos já são um grande sucesso, nós já vendemos diversas peças.


R&R: Durante os anos recentes, a Cartier tem investido na criação de mecanismos in-house para seus modelos topo de gama. A marca tem a intenção de produzir também movimentos básicos?

Michel Barbier: Nós temos planos de muito brevemente lançar um movimento automático. De fato nós já temos um movimento básico e hoje nós estamos usando essa base, que é bastante confiável, em nossos movimentos complicados. Mas nós logo apresentaremos um clássico e simples mecanismo de corda automática.


R&R: E em termos de complicações in-house, o que podemos esperar da Cartier no futuro?

CM: Penso que já tenhamos uma coleção bastante expressiva, a que estamos apresentando hoje, e que foi inicialmente revelada no último SIHH. Temos o "flying tourbillon", que está presente nos modelos Ballon Bleu, Santos e Tank Américaine; temos o cronógrafo central, disponível em ouro branco e rosa, o tourbillon cronógrafo rotonde monopoussoir e o Santos Squelette, uma verdadeira peça de arte em Paládio.


R&R: Como o Sr. avalia o mercado Brasileiro para a Cartier, atualmente?

CM: O desempenho tem sido bastante satisfatório. A economia Brasileira tem tido um desempenho muito bom nos últimos meses. É muito bom para nós observar como o mercado tem se tornado cada vez mais sofisticado. É definitivamente um país onde acreditamos que haja conhecimento, educação, sofisticação e uma aspiração por relógios finos e complicados.


R&R: Qual a reação do mercado brasileiro à coleção Ballon Bleu?

CM: Excelente. Ela tem sido um grande sucesso para nós. Nós introduzimos o Ballon Bleu pouco mais de um ano atrás e o modelo em aço poucos meses atrás e ele tem sido extremamente bem-sucedido.


R&R: Qual a principal coleção Cartier no Brasil?

CM: Acredito que a coleção Ballon Bleu logo o seja. Naturalmente temos outras importantes coleções, mas ela tem todo o nosso foco hoje em dia.


R&R: A Cartier tem intenções de ampliar sua rede de distribuição no Brasil?

CM: Não por enquanto. Temos 35 pontos de venda e eu acredito que isto esteja adequado. Nós somos muito seletivos com relação à rede de distribuição. O que nós queremos fazer é aumentar a visibilidade da marca aumentando o número de "corners" nos revendedores atuais.

Com relação à coleção Haute Horlogerie, ela será vendida apenas em nossa boutique em São Paulo e em um agente oficial no Rio. Elá será extremamente exclusiva.


R&R: O Sr. tem também a função de Delegado da FHH para a América Latina e Caribe. Que ações têm sido tomadas pela FHH com relação ao Brasil?

CM: A FHH é uma fundação com ações globais e regionais. Seu objetivo é promover a indústria relojoeira. Ela tem membros da indústria e um de seus trabalhos é criar material de treinamento especialmente para a rede de profissionais da indústria, sobre os diferentes elementos envolvidos na produção de um relógio. Há material sobre os movimentos, sobre a caixa, sobre braceletes, complicações, etc. que compõem um programa educacional. Este é o principal ponto. Nós também oferecemos treinamento, que é parte do programa educacional. Nós promovemos ações específicas, como a atual campanha contra a falsificação, para alertar o consumidor sobre os malefícios da falsificação. Com relação a esta campanha, gostaria de agradecer a Relógios & Relógios pela tradução do material para o Português e por tê-la divulgado em seu site. Nós promovemos também exposições. Durante o último SIAR no México, a FHH estava presente, com uma coleção de dois relógios de cada membro. A ideia é aumentar a visibilidade das marcas e educar a população sobre as diferentes atividades da indústria. No Brasil, especificamente, nós ainda não realizamos nenhum evento. O modo como nós trabalhamos é designar embaixadores, que nos ajudam a promover os valores da alta relojoaria. No Brasil nós temos a Dryzun como um embaixador. Nós realmente gostaríamos de ter mais embaixadores, talvez colecionadores, mas nós começamos o trabalho há pouco tempo, pois a Fundação foi criada há apenas 3 anos.


R&R: O Sr. é um colecionador de relógios?

CM: Naturalmente, eu coleciono relógios Cartier.


R&R: Quais são seus outros "hobbies"?

CM: Eu toco guitarra e as coleciono. Todos os tipos de guitarra, elétricas, violões... O problema é que é muito mais difícil guardar guitarra do que relógios... Minha esposa não gosta muito disso, pois elas ocupam muito espaço... Eu mantenho uma coleção de cerca de 20 guitarras, incluindo Fender, Gibson, Martin, Ovation, Takamine...


R&R: O Sr. poderia comentar algo sobre o Selo de Genebra introduzido com o mecanismo do flying tourbillon?

MB: Ele foi lançado em três modelos, o Ballon Bleu, Tank Americaine e Santos.

Este movimento é produzido em nossas oficinas especiais de Genebra, já que esta é uma condição sine qua non para a concessão do Selo de Genebra. Dentro da tradição da indústria relojoeira suíça, nós não produzimos todos os componentes desse mecanismo. Nós compramos algumas peças de especialistas, mas a grande maioria é produzida e decorada pela Cartier em Genebra. Trata-se de uma verdadeira obra de arte.


R&R: O Sr. gostaria de dirigir algumas palavras ao Brasil e aos leitores de Relógios & Relógios?

CM: Sim! Nós estamos muito entusiasmados por poder oferecer a coleção de alta relojoaria no Brasil e também por atingir seu público diretamente, que sabemos ser constituído por muitos colecionadores, indivíduos imbuídos da paixão que compartilhamos pela alta relojoaria, e gostaríamos muito de ouvir as opiniões das pessoas que participam de seu fórum de discussões.

A coleção de Alta Relojoaria será oferecida em muito poucos países da América Latina. Serão entre 5 e 7 pontos de venda na região, pois a produção é bastante limitada e escolhemos os países com maior número de colecionadores. Eu e o Sr. Barbier visitaremos, além do Rio e São Paulo, Buenos Aires, Porto Rico e Santo Domingo.


R&R: O que poderemos esperar da Cartier no próximo SIHH?

CM: Não posso adiantar nada em termos de modelos. O que posso dizer é que nós próximos dias apresentaremos uma nova linha de modelos em um segmento mais acessível, pois queremos poder atender a todos aqueles que apreciam a marca, desde o segmento de entrada até a alta relojoaria e a alta joalheria, aqui com modelos feitos à mão, exclusivamente pela Cartier. Felizmente, mesmo nesse ambiente econômico não muito favorável, a Cartier continua investindo muito em novos produtos, e vocês perceberão isso no SIHH. Nós temos investindo muito no aumento da visibilidade da marca, com campanhas em muitos veículos da mídia, em especial com a linha Ballon Bleu, não somente na América Latina como em todo o mundo. Vemos o momento atual como uma grande oportunidade de avançar, ampliar a nossa fatia de mercado.

Acreditamos que a coleção Les Must será um grande sucesso. Nós ofereceremos relógios clássicos, no segmento de entrada, e atenderemos aos clientes que entrarem em nossas boutiques e que procurem presentes para qualquer ocasião festiva, uma celebração, um evento especial.


R&R: O Sr. poderia nos mostrar o funcionamento do Rotonde Central Chronograph?

MB: Sim, a ideia desse projeto é que os ponteiros não obstruam a visão do acumulador de minutos do cronógrafo, como ocorre em todos os outros modelos de cronógrafo.

Aqui os ponteiros de horas e minutos estão abaixo do ponteiro do contador, em uma outra camada do mostrador.

CM: O objetivo da Cartier é sempre combinar elegância, esteticismo e técnica. Isto representa um grande diferencial, que pode ser constatado nesse modelo.


Nesse momento o Sr. Maincourt nos apresenta o modelo Santos Esqueleto, em Paládio.


R&R: Quais as vantagens do Paládio com relação ao Ouro, ou à Platina?

MB: O Paládio é um metal nobre da família da Platina, contudo mais leve. É muito difícil de trabalhar, mas percebemos que havia uma demanda por ele porque muitas pessoas reclamam que a Platina é muito pesada, e com Paládio podemos produzir relógios mais leves, mas com a mesma resistência e nobreza da Platina.

CM: Este modelo é muito importante para nós. Vocês sabem, o nome Santos traz uma carga emocional muito forte, que sentimos quando estamos no Brasil. Nós da Cartier temos muito orgulho de fazer parte dessa herança, de ter uma ligação tão forte com alguém tão importante para o Brasil.


R&R: Srs. Maincourt e Barbier, muito obrigado pelo seu tempo e atenção!
 
Christophe Maincourt em São Paulo
Michel Barbier e Christophe Maincourt

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