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A. Lange & SöhneO Lange 31: energia para um mês inteiro

29 de dezembro de 2007
Nenhum outro relógio de pulso mecânico funciona por tanto tempo: o novo relógio a corda manual da A. Lange & Söhne tem uma reserva de marcha de um mês. Por este motivo, recebeu o nome de Lange 31.
Uma outra inovação, um escapamento de força constante, assegura que o fornecimento de energia seja uniforme ao longo de todo o período de 31 dias. Adicionalmente, a Lange reintroduz o mecanismo de corda por chave.


À primeira vista, o Lange 31 é um relógio que impressiona pela caixa de grandes dimensões, incomum para o padrão da tradicional marca alemã. Ao tê-lo em mãos, ele impõe-se pelo peso da caixa em platina 950 maciça; um olhar em seu fundo revela uma intrigante abertura, típica de relógios de bolso.

Apesar das grandes dimensões, seu desenho limpo nos dá uma falsa impressão de simplicidade, pois na verdade trata-se de relógio espetacular, com atributos técnicos realmente inovadores, coroados pela reserva de marcha de 31 dias.

A construção de um relógio de pulso mecânico com uma reserva de marcha de um mês completo, aliada a uma precisão constante ao longo de todo o período, era uma dos poucos feitos horológicos ainda não dominados. Agora, torna-se realidade com o Lange 31. Uma designação condizente com uma usina de força com a até então inimaginável reserva de marcha de 31 dias e estabilidade de marcha. Com ele, o ano horológico pode ser dividido em 12 "sessões de corda".

Para armazenar toda essa quantidade de energia, o LANGE 31 apresenta dois tambores de corda empilhados com um diâmetro interno de 25 milímetros. Os dois proeminentes tambores gêmeos ocupam três quartos da área do movimento. Cada uma medindo 1,85 metros de comprimento, as duas molas principais são de cinco a dez vezes mais longas que aquelas encontradas em movimentos de relógios de pulso convencionais. Sua energia combinada é suficiente para levantar um peso de 100 gramas por 3,2 metros. Seria uma tarefa incômoda dar corda em molas tão fortes como estas com os delicados componentes de um sistema de corda pela coroa convencional. Foi por isto que os engenheiros da Lange se voltaram para a chave dos relógios de bolso. A força mecânica entregue por uma chave tornou possível a escolha de uma razão de transmissão que seria inconcebível com uma coroa. Uma chave quadrada, inserida através de uma abertura no fundo em cristal de safira, entrega a energia aos tambores de corda. A chave apresenta uma catraca limitadora de retorno embutida para permitir uma corda suave como em uma coroa normal, e um limitador de torque que previne uma corda excessiva acidental das molas.

Energia uniforme entregue ao escapamento

É reconhecido que um movimento com tal reserva de marcha não poderia funcionar com uma marcha estável sem precauções técnicas especiais. As leis da física estabelecem que, no processo de relaxamento, uma mola perde cada vez mais de seu torque inicial e, portanto, não pode entregar a mesma quantidade de energia entre os pontos onde ela está totalmente tensionada e totalmente relaxada. Enquanto seu torque diminui, a amplitude do balanço declina e assim a precisão do movimento. Para driblar esta lei, Leonardo da Vinci inventou o princípio do "fusée" 500 anos atrás. Ele permite que a perda de torque da mola seja largamente compensada por alavancagem. Na forma de uma transmissão "fusée-and-chain", este princípio foi incorporado em dois relógios da fase recente da Lange: o Tourbillon "Pour le Mérite" e o Tourbograph "Pour le Mérite". Mas, para lidar com uma reserva de marcha de 31 dias, esta construção teria sido impossível pela reduzida dimensão de suas peças. Então os engenheiros da Lange buscaram - e encontraram - uma solução diferente: o escapamento de força constante. Ele baseia-se em uma mola auxiliar que é periodicamente recarregada pela mola principal e sempre fornece o mesmo torque, indiferentemente do estado de carga da mola principal.

Enquanto relaxa, esta mola pré-tensionada na árvore da quarta roda, chamada de "remontoir", sempre entrega a mesma quantia de energia à roda de escape. A cada dez segundos, esta mola, presa a um pino, é retensionada em 60 graus em sua extremidade externa. Para completar o mecanismo, também é necessário integrar um dispositivo que controle dependentemente e corretamente esta seqüência de movimentos. Esta tarefa é desempenhada pelo balanço. Ele não apenas assegura a rotação uniforme da árvore da quarta roda que indica o tempo correto, mas também controla o carregamento cíclico do escapamento de força constante. Isto é feito por um polígono Reuleaux, uma came com a forma de um triângulo eqüilátero com lados convexos. Ele é preso à árvore da quarta roda. A cada dez segundos, ou em outras palavras, a cada rotação de 60 graus, ele movimenta uma alavanca pivotada engenhosamente desenhada. Duas paletas no lado interno da alavanca alternadamente engatam em uma roda de um dente que é conectada ao tambor de corda via um trem de rodas e brevemente pára seu movimento a cada rotação de 180 graus. A cada vez que gira, a mola "remontoir" é incrementalmente recarregada em frações de segundo e durante os dez segundos seguintes, ela entrega sua energia à roda de escape. Dentro destes 10 segundos, a curva de torque flutua marginalmente, mas, na média, uma quantidade de energia constante é entregue para todo o período de 31 de dias. A seqüência do movimento do escapamento de força constante que, no entanto, assemelha-se a um escapamento clássico, pode ser observada através do fundo em cristal de safira. Um rubi transparente de safira revela a fascinante interação da came de três pontos com a alavanca pivotante.

Portanto, o escapamento de força constante previne que o torque fornecido pela mola principal decresça. O resultado: entrega uniforme de energia, amplitude constante, mesma precisão do primeiro ao trigésimo-primeiro dia, no qual um mecanismo "interruptor" pára o movimento. Teoricamente, ele poderia continuar a funcionar, mas, então, a força gerada pela mola principal cairia abaixo do torque necessário para carregar a mola de remontoir. O escapamento de força constante não funcionaria mais confiavelmente.

Continuidade histórica

O tema da força constante já preocupava Ferdinand Adolph Lange. Por volta de 1866, ele inventou um escapamento de força constante com segundos saltantes - um assim chamado "remontoir de um segundo" - para seus relógios de bolso de precisão. Mais tarde ele desenvolveu uma construção similar para o grande relógio na sede da Lange que, ainda hoje, com seu pêndulo de quase 10 metros, mostra as horas para a equipe Lange e cidadãos de Glashütte com precisão. 140 anos depois, seus descendentes horológicos demonstraram o sucesso de sua busca pela constância ao introduzir o novo calibre L034.1 com 31 dias de reserva de marcha. É um excepcional instrumento de medida do tempo para uso diário, e sua conveniência é evidente. Ele mostra a hora precisa por mais tempo que qualquer outro relógio a corda manual, mesmo que ele não seja usado por vários dias ou algumas semanas. O Lange 31 é uma continuação de uma antiga tradição da Lange: criar inovações úteis.

A caixa de platina do Lange 31 tem um imponente diâmetro de 46 milímetros e uma altura total de 15,9 milímetros. Afinal, é preciso espaço para armazenar tanto tempo. E o indicador circular dos 31 dias de reserva de marcha que ocupa uma grande área à direita do mostrador de prata sólida também requer espaço. Ele é a marca de uma verdadeira inovação da horologia. O ultimo segmento, em vermelho, lembra seu dono que, decorrido um mês completo, finalmente é hora de dar corda ao relógio. A grande data típica da Lange no lado esquerdo equilibra harmoniosamente o mostrador. É desnecessário dizer que o Lange 31 também exibe toda a qualidade que fazem dos relógios da marca tão cobiçados. O fundo de cristal de safira revela o balanço com parafusos, o índice para ajuste de precisão sobre o galo do balance gravado à mão, chatons em ouro parafusados, e elementos ricamente decorados no estilo clássico Lange.

Tivemos a oportunidade de ostentá-lo no pulso durante o SIHH 2007, em Genebra, e podemos assegurar que a sensação é esplêndida. O preço estimado de 135.000 euros certamente o tornará um relógio para poucos privilegiados, mas justifica-se por uma complicação inovadora e realmente muito útil, de grande dificuldade de construção, além da tradição da Lange em produzir relógios com tremendo apuro no acabamento e extremo cuidado nos mínimos detalhes.

Publicado originalmente na Revista Pulso no. 53, Novembro/2007
 
(Imagens © Lange Uhren GmbH)
Chave para dar corda no Lange 31
O duplo tambor de corda e uma corda desenrolada
Calibre L034.1 (verso)
O Calibre L034.1 (lado do mostrador)
Vista do conjunto do balanço e do escapamento de força constante
O mecanismo do escapamento de força constante, onde a mola ?remontoir? na árvore da quarta roda entrega a mesma quantidade de energia ao escapamento a cada dez segundos. Esta seqüência é controlada pela came triangular com lados convexos.

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