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Vacheron ConstantinPatrimony Contemporaine Extraplano Calibre 1731

18 de dezembro de 2013
Entre os relógios recentemente apresentados pela Vacheron Constantin no SIAR 2013, o grande destaque foi o Patrimony Contemporaine Extraplano Calibre 1731, o mais fino repetidor de minutos produzido no mundo atualmente.


O novo Patrimony Contemporaine Extraplano Calibre 1731 da Vacheron Constantin é um relógio que inicialmente chama a atenção pela aparente simplicidade de sua elegante caixa em ouro rosa.

Na verdade, a caixa fina, de apenas 8,09 mm de espessura, esconde em seu interior um verdadeiro tesouro da Alta Relojoaria, o Calibre 1731, um mecanismo com repetição de minutos com espetaculares 3,90 mm de espessura!


Uma arte rara

A arte da produção de um mecanismo com repetição de minutos como o Calibre 1731 é dominada por muito poucas manufaturas, sendo reconhecidamente a complicação mais difícil de ser produzida.

O relógio com repetição de minutos foi inventado no século XVIII para indicar a hora de uma forma audível na ausência de luz, antes de existir a iluminação elétrica. Mesmo que tenha deixado de ser uma complicação de primeira necessidade, a repetição de minutos continua a representar o máximo da arte da relojoaria.

Cada relógio com repetição é único e traz consigo a assinatura do mestre artesão que o fabricou. Cada um deles tem a sua própria vida e a sua própria música e proporciona intensos momentos de satisfação quando seus gongos ressoam.

A repetição de minutos toca, quando acionada, as horas, os quartos e os minutos. Quando se desliza a alavanca que aciona a repetição - o único elemento desta grande complicação que pode ser visto na lateral da caixa, um martelo baterá no gongo de tom grave para tocar as horas, dois martelos baterão nos dois gongos (o grave e o agudo) para tocar os quartos, e então ressoa o gongo agudo para tocar os minutos.

A Vacheron Constantin tem uma tradição de dois séculos na fabricação destas maravilhas em miniatura e acaba de obter um novo marco com o seu Patrimony Contemporaine Extraplano Calibre 1731, um relógio distinguido, como todos os seus modelos mecânicos, com o prestigiado Selo de Genebra.

Nesta obra-prima de virtuosismo, à complexidade do mecanismo de repetição em si acrescenta-se o desafio de fabricar o calibre e o relógio de repetição mais finos do mercado. Tanto o movimento como o relógio (3,90 e 8,09 milímetros de espessura, respectivamente) representam uma grande demonstração de "savoir-faire" relojoeiro.



Um legado de "savoir-faire" e excelência

A Vacheron Constantin possui uma longa tradição em relógios de repetição. No ano 1810 a manufatura produziu a sua primeira repetição de minutos em um relógio de bolso. Nas décadas seguintes, foram combinados mecanismos de repetição e outras grandes complicações em relógios excepcionais que estavam entre os mais complicados da época.

Alguns fizeram história, como o fabricado para o Rei Fuad do Egito em 1929 ou o que foi feito em 1935 para o seu filho, o Rei Faruk. Em 1941, a Vacheron Constantin lançou o seu primeiro relógio de pulso equipado com uma repetição de minutos com movimento extraplano, o calibre 4261.

A procura do relógio extraplano prosseguiu, e em 1992 a manufatura apresentou o calibre 1755, uma repetição de minutos sem precedentes de apenas 3,28 milímetros de espessura. Agora, a Vacheron Constantin comemora esta complicação carregada de emoção com um belíssimo calibre inspirado nos seus ilustres antecessores: o calibre 1731, chamado assim em honra ao ano de nascimento do fundador da marca, Jean-Marc Vacheron.


O calibre 1731, uma joia extraplana com um dispositivo inovador

Em 2009 a Vacheron Constantin decidiu fabricar uma nova repetição de minutos com requisitos como perfil plano, pureza de som, beleza estética, fiabilidade e resistência. Foram necessários quatro anos para resolver esta equação tão complicada.

A espessura do novo calibre 1731 é pouco maior que a do seu antecessor de 1993 (3,90 contra 3,28 milímetros), diferença devida à reserva de marcha ampliada de 65 horas, conseguida apesar da dificuldade da montagem e do ajuste de determinadas peças reduzidas ao mínimo. Contudo, atualmente é considerado o mais plano do mercado.

Porém, as proezas técnicas não se limitam ao perfil extraplano. O Calibre 1731 está equipado com um engenhoso dispositivo que a Vacheron Constantin desenvolveu em 2007 para o Calibre 2755 (outro membro desta exclusiva família de calibres com repetição de minutos): um regulador volante.

Diferentemente dos reguladores de âncora clássicos, este é completamente silencioso. A sua função é regular o ritmo com o qual os martelos tocam os gongos. Sem um regulador, apenas o tambor de corda da repetição marcaria esta cadência, e seria escutada uma sequência de notas impossível de se distinguir.

O dispositivo desenvolvido pela Vacheron Constantin consta de dois contrapesos criados para atuar de freio no eixo de rotação do regulador e compensar assim a energia liberada pela mola do tambor da repetição. Para isto, o mecanismo utiliza duas forças opostas: a centrífuga e a centrípeta.

Quando o regulador gira, a força centrífuga faz com que uma das extremidades dos contrapesos se mova para o exterior enquanto a outra extremidade pressiona o eixo para estabilizar a velocidade de rotação e garantir a regularidade da cadência.

Além de um acabamento meticuloso, o regulador exibe o emblema da cruz de Malta da Vacheron Constantin, embora este último não possa ser apreciado na parte frontal do calibre.


A busca de uma harmonia perfeita

A acústica é a razão de ser de um relógio de repetição, daí a atenção especial que lhe foi dedicada no Patrimony Contemporaine Calibre Extraplano 1731. Foram tomadas várias decisões técnicas para garantir um som nítido e melódico.

Além de conectados à carrura para amplificar o som, pela primeira vez os gongos não foram colocados um junto ao outro, mas superpostos. A caixa foi concebida de tal maneira que forma um todo com o movimento: uma composição engenhosa que se caracteriza por detalhes como a circulação do ar entre o mecanismo e a caixa, pensada para otimizar a propagação do som.

Buscando a perfeição, a própria caixa foi construída sem juntas para que os elementos possam interagir metal contra metal e amplificar o som. O regulador volante, por sua vez, garante a regularidade das batidas dos martelos nos gongos.

Cada mestre relojoeiro transmite a sua própria música a uma repetição de minutos que levará vários meses para ser montada e ajustada. O som do movimento resultante é submetido ao ouvido especializado dos especialistas em repetições da manufatura.

Da mesma forma, é realizada uma série de ajustes que permitirá atingir a perfeita harmonia entre as notas agudas e as graves. Os testes são realizados exatamente às 4:49 horas, já que, ao serem praticamente idênticos os intervalos entre as horas (4 batidas), os quartos (três batidas) e os minutos (4 batidas), nessa hora é possível escutar melhor a cadência.

O timbre de cada relógio, a verdadeira alma da repetição, é registrado e guardado com cuidado antes que ele saia da manufatura. Trata-se, pois, de uma marca sonora que faz parte do arquivo de sons da Vacheron Constantin. Desta maneira, além de garantir a reparação de todos os relógios da marca para sempre, também proporciona a possibilidade de restabelecer nas suas oficinas o som exclusivo de cada modelo de repetição.


O trabalho de um só mestre e artista relojoeiro

Os relojoeiros que dominam os mecanismos de repetição da Vacheron Constantin têm pelo menos 15 anos de experiência em outras oficinas e dois outros anos de trabalho sob a supervisão de um mestre.

A repetição de minutos é a complicação mais fascinante, mas também é a mais difícil de se produzir devido à paciência requerida para montar um infinidade de peças diminutas e fazer com que estas interajam, para depois afiná-las e ajustá-las repetidas vezes até conseguir uma marcha perfeita e um som de grande pureza. É necessário entre três e seis meses para montar e ajustar um só́ relógio. Não se deve perder a concentração em nenhum momento pois uma passada a mais da lima na base do gongo poderia amortecer o som.

Para trabalhar em um mecanismo tão complexo, o mestre relojoeiro possui mais de 1200 ferramentas, muitas feitas por ele mesmo, algumas criadas para realizar uma só́ operação. Contudo, o principal instrumento do mestre é o seu ouvido. Durante o processo de afinação, o relojoeiro imprime a sua marca pessoal ao modelo e assim dá vida à repetição de minutos.


Acabamentos fieis às tradições mais autênticas da alta relojoaria

Testemunho do saber-fazer ancestral que distingue um autêntico relógio de alta relojoaria dos demais, é o fato de que cada um dos componentes do calibre 1731 apresenta um acabamento esmerado e particular, apesar de alguns não estarem à vista.

A platina recebeu "perlage", e os martelos exibem um acabamento espelhado que lhes permite capturar a luz ou então parecer cobertos por um manto negro que oculta completamente a superfície trabalhada. As pontes são decoradas por delicadas Côtes de Genève, produzindo um efeito ondulado.

Os artesãos da Vacheron Constantin são familiarizados com as diversas técnicas de acabamento, mas há uma que requer uma formação intensiva durante 18 meses: a chanfragem, o trabalho específico das bordas internas, como o que pode ser visto nas sete pontes do calibre 1731.


Calibre e caixa em um conjunto extraplano

Por trás da aparente simplicidade do Patrimony Contemporaine Extraplano Calibre 1731 esconde-se uma complexidade extraordinária. O seu design está inspirado em um relógio extraplano apresentado em 1955 aquando do bicentenário da Vacheron Constantin e recuperado em 2004 para dar vida ao modelo 81180 da coleção Patrimony Contemporaine.

A caixa do relógio é fruto de um trabalho delicado e complexo, constituindo um todo com o calibre 1731 para bater um recorde duplo: o do movimento e do relógio de repetição mais plano do mundo (3,90 e 8,90 milímetros). Acentuou-se a curva da carrura a fim de estilizar a silhueta e abriu-se ao máximo o fundo de safira para que os martelos e gongos pudessem ser vistos.

No que se refere ao mostrador, a Vacheron Constantin optou por elegantes pequenos segundos às 8 horas, o primeiro da linha Patrimony Contemporaine, uma maneira eficiente e lúdica de fazer com que o novo modelo seja imediatamente reconhecido.


Patrimony Contemporaine Extraplano Calibre 1731 - Ficha técnica

Referência 30110/000R-9793

Movimento
Calibre 1731, desenvolvido e fabricado pela Vacheron Constantin. Mecânico, corda manual com 32,80 mm de diâmetro e 3,90 mm de espessura. Aproximadamente 65 horas de reserva de marcha, frequência de 3 Hz (21.600 alternâncias/hora), 265 peças, 36 rubis

Indicações
Horas, minutos, pequenos segundos às 8 horas, repetição de minutos

Caixa
Ouro rosa 5N 18 quilates, 41 mm de diâmetro, 8,09 mm de espessura, fundo de safira transparente, não estanque

Mostrador
Opalino prateado, zona exterior convexa, índices de horas em ouro rosa 5N 18 quilates e círculo de minutos

Pulseira
Couro de aligátor marrom, costurada à mão, acabamento artesanal, escamas grandes quadradas

Fecho
Fivela de ouro rosa 5N 18 quilates, com a forma de meia Cruz de Malta polida

Acessório
É acompanhado de um ressonador "La Musique du Temps" que permite amplificar o som da repetição de minutos


Preço: USD 365,000.00



Artigo originalmente publicado na Revista Pulso ed. 89, Nov/Dez 2013
 

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