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Tópico: Crônicas do Tempo - A Patek Philippe e o Brasil – I
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02/06/10 - 10:26
  Quote  #1
Mensagem por rovel
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A Patek Philippe e o Brasil – I

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Por Fernando Correia de Oliveira*


É considerada a marca de maior prestígio no mundo da relojoaria. Nos seus arquivos históricos, a Patek Philippe congrega clientes de praticamente todas as casas reais do mundo, quase todas elas já desaparecidas. O Brasil não foi exceção.



Nos arquivos da Patek Philippe, em Genebra, há uma nota de venda, datada de 29 de Junho de 1888. Nela se refere “une montre-boule et un bijou” (um relógio-bola e uma jóia).

O comprador é “Sua Majestade Imperial do Brasil”. Trata-se da napolitana Teresa Cristina (1822-1889), casada em 1843 com D. Pedro II, Imperador do Brasil.

Casamento por procuração, como era habitual na época. Diz-se que D. Pedro ficou negativamente surpreendido quando a viu: era desprovida de belezas naturais, era baixa, gorda, tinha mais idade do que se imaginava (era 4 anos mais velha do que ele - a fotografia dela que tinham lhe enviado a fazia mais nova), e nascera com um problema congênito, coxeando de uma perna.

Apesar disso tudo, Teresa Cristina conquistaria o coração dos brasileiros, dadas as suas qualidades humanitárias.

D. Pedro II é deposto a 15 de Novembro de 1889, um ano e meio após a compra efetuada junto à Patek Philippe. Com a proclamação da República, o casal imperial segue para o exílio, em Portugal. Maria Teresa falece no Porto, em 28 de Dezembro desse ano. Em 1921, os restos mortais do casal imperial regressam ao Brasil.

A relação do Brasil com a Patek Philippe tem outras histórias interessantes. Uma delas passa pelas comemorações do tricentenário da morte de Camões (10 de Junho de 1580). Em Portugal, essas comemorações foram o prenúncio do fim do regime monárquico, com o movimento republicano (vitorioso apenas em 1910) apoderando-se dos festejos e manifestações cívicas. No Brasil, a data também foi profusamente lembrada, e a monarquia iria durar aí apenas mais nove anos.

A Revista Ilustrada, título satírico, de cunho republicano, publicado no Rio de Janeiro entre 1876 e 1898, trazia no seu nº 212, de 19 de Junho de 1880, o seguinte anúncio, com grande destaque, ao alto da página 8:


“Terceiro centenário de Camões / Lembrança útil, duradoura e vantajosíssima”. Abaixo do título, vinha o texto:

“O nosso chefe, amador das letras, das artes e das ciências, não quer deixar passar esta ocasião secular sem festejar de uma maneira útil o aniversário deste grande vulto literário português. Por consequência, deu-nos ordem para tirar da reserva dos cofres quantidade de relógios especiais de prata e prata dourada, excelentes, meio-patentes de primeira qualidade, e que desafiam qualquer competência (…). Acha-se gravado, sobre o guarda pó dos ditos relógios, além do título verdadeiro de regulador: TERCEIRO CENTENÁRIO DE CAMÕES 10 DE JUNHO DE 1880. Estes relógios, bons, bonitos e modernos, de se dar corda e acertar pela coroa, podem servir:

1º Às pessoas que já têm um relógio, de preço ou de estima para substitui-lo em viagem ou no trabalho.

2º A qualquer patrão que quiser deixar uma lembrança deste dia grande por mais de trinta anos a um bom empregado.

3º Às pessoas que precisam de um bom regulador, e que não podem gastar muito, APOSENTANDO assim toda a cangalhada em relógios que tiverem comprado até agora.

Promoção durante os dias 10, 11, 12 e 13 de Junho.

Assinam – Os empregados da Relojoaria E. J. Gondolo – Rua da Candelária nº 16”.


Seriam estes relógios exemplares Patek Philippe? É que a Relojoaria Gondolo foi durante muitas décadas o importador da marca para o Brasil. Há até os célebres Patek Gondolo, uma história que merece crônica à parte.

Considerados “cronômetros”, sendo assim de boa qualidade cronométrica, usando o sistema de coroa para dar corda e acertar ponteiros, em vez da chave, sistema inventado pela Patek Philippe, tudo indica que os relógios de bolso da Gondolo, edição especial a comemorar o tricentenário da morte de Camões, eram dessa marca.


De qualquer modo, aqui fica o desafio duplo aos leitores de Relógios & Relógios:


Alguém poderá dar mais pormenores sobre o relógio-bola Patek Philippe adquirido pela imperatriz Teresa Cristina? Terá ele ficado no Brasil, terá seguido com ela para o exílio lusitano? Onde se encontrará, hoje em dia?

E os Gondolo comemorativos do tricentenário camoniano? Seriam Patek Philippe? Alguém terá um em casa, podendo dar-nos imagens dele?




*Jornalista e investigador do Tempo, da Relojoaria e da evolução das mentalidades a eles ligadas (http://sites.google.com/site/fernandocorreiadeoliveira)
&
 
02/06/10 - 11:40
  Quote  #2
Mensagem por Cigano
Local: Campo Grande
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Muito bom Rovel, valeu por compartilhar este artigo!!
 
07/06/10 - 07:18
  Quote  #3
Mensagem por Alexandre Falcao
Local: Fortaleza
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Posts: 375
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Parabens,primeiro por mostrar a nossa familia imperial,sou um monarquista fervoroso.Segundo, tbm considero a PATEK PHILIPPE   a maior fabrica de relogios do mundo a mas tradicional.
Sempre digo nesse forum e em outros (coisa boa é outra coisa).
    Duvido que PATEK PHILIPPE use algum componete chineis

          PARABENS .
 
07/06/10 - 14:03
  Quote  #4
Mensagem por Marcelo Melgaço
Local: Goiânia
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Rovel,

Eu tenho uma edição da revista da Patek Philippe que traz a matéria de uma "correspondente" contratada pela marca que veio ao Brasil em busca de um exemplar dos Gondolo de bolso. A matéria fez-me entender que se tratava de algo muito raro.

Ocorre que é possível encontrar Gondolos de bolso à venda no eBay - aqueles mesmo farbicados com exclusividade para a Gondolo & Labouriau - por preços que não tem nada de excepcionais e nem de longe se caracterizam por valores de PPs raros ou de coleção.

Você poderia comentar a respeito?

Um abraço,
Marcelo
 
08/06/10 - 23:59
  Quote  #5
Mensagem por jose
Local: São Paulo
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Posts: 1403
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Muito bom Rovel, sempre que puder post algumas outras coisas interessantes como essa e obrigado por tirar do ar aquela palhaçada que invadiu o nosso forum.

José
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