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FórumRelógios & Relógios

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Tópico: Mercado - Uma luz no fim do túnel
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31/08/17 - 21:22
  Quote  #1
Mensagem por rovel
Moderador
Local: Curitiba
Cadastro: 01/01/06
Posts: 1727
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Por Raphael Calles

Enquanto os números de importação de relógios suíços para o Brasil não param de cair, um dado interessante se destaca em meio ao cenário caótico.




Os levantamentos da Federação da Indústria Relojoeira Suíça (FH) apresentam números conflitantes entre si. O que não significa um erro no relatório, mas sim o novo perfil dos produtos trazidos ao nosso País que merecem ser explorados.

Enquanto a variação do valor total de importações (que inclui relógios mecânicos e eletrônicos, assim como mecanismos desses dois perfis) em Francos Suíços (CHF) – sem a adição dos salgados impostos brasileiros – alcançou catastrófica queda de 46,7% em fevereiro deste ano em comparação ao mesmo mês de 2016, o mais recente relatório apresentou uma queda de apenas 4,3% no valor das importações de janeiro a julho deste ano, quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

Certamente a desaceleração na queda ocorreu pela chegada dos principais lançamentos das feiras ocorridas no primeiro semestre de 2017 ao mercado Brasileiro. Mas é interessante destrinchar alguns dados:

O total de relógios prontos importados entre janeiro e julho de 2017 em comparação a este mesmo período de 2016 sofreu uma queda de 66,6%. Mesmo assim, o valor total das importações caiu apenas 5%. Isto significa que produtos de maior valor agregado têm sido trazidos ao País. Enquanto cerca de 7,3 mil relógios mecânicos foram trazidos ao Brasil no citado período de 2016, 5,3 mil foram trazidos neste ano.


Ao passo que os primeiros sete meses de 2016 somaram CHF 11.862.963 no valor de importação de relógios mecânicos, 2017 já soma CHF 12.928.127. Isto significa que o valor médio de cada peça trazida ao Brasil saltou de cerca de CHF 1.627 para CHF 2.446. Mundialmente, o valor médio dos relógios manteve-se estável, os modelos custavam, em média, CHF 2.147 em 2016 e saem por CHF 2.186 em 2017.

Por outro lado, os relógios suíços eletrônicos representaram a principal queda: entre janeiro e julho de 2016, 68,7 mil relógios montados neste perfil desembarcaram por aqui. Para 2017, apenas 20,1 mil vieram para cá. Mesmo assim, o valor médio destes produtos mais que dobrou. Em 2016 cada peça custou, em média, CHF 71, enquanto cada uma sai, em média, CHF 148 em 2017.

A subida no valor médio dos movimentos mecânicos e eletrônicos trazidos ao Brasil também aumentou. Em 2016, os movimentos mecânicos custavam CHF 288. Agora o preço é de CHF 379. Já os calibres eletrônicos custavam CHF 52 e hoje saem por CHF 75. O total de unidades importadas representou uma queda de 44,5%, enquanto o valor total foi amenizado por conta do maior valor agregado de cada unidade, o que resulta uma queda de 24,5%.


Uma breve análise

Ao passo que as relojoarias, de um modo geral, apresentaram produtos mais acessíveis em 2017 nas principais feiras do setor, o mercado brasileiro tem demonstrado uma tendência de consumo em produtos mais caros, seja por marcas premium, ou relógios mais complexos. Mesmo que os números de importações sejam menores, o valor total em importação de relógios mecânicos surpreende, uma vez que o valor médio de cada unidade é 50% maior do que os produtos trazidos para cá em 2016. Cada unidade, ainda, supera em CHF 260 a média do valor de cada uma mundialmente.

Enquanto as previsões catastróficas do primeiro semestre se concretizavam – e eu comentei isso aqui em meados de junho – parece que os sinais de recuperação começam a se sustentar, mesmo que escondidos em alguns dados do relatório mensal.
 
31/08/17 - 22:56
  Quote  #2
Mensagem por RCComes
Local: Santa Maria
Cadastro: 23/09/13
Posts: 2269
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Interessante. Ótimo artigo, realmente.

Agora, (dentre outros fatores que não apenas os inerentes a própria relojoaria), deve-se considerar o grey market e o mercado de usados, para justificar esses números, também.

Me parece uma estratégia de mercado focar no high end e deixar um pouco de lado o entry-mid range, já que os dois outros mercados citados correspondem a uma grande fatia do mercado interno - julgo.

Ademais, isto também pode ser reflexo de outras coisas. Por exemplo overstock dos representantes das marcas, o que já reflete outros problemas...
 
01/09/17 - 05:29
  Quote  #3
Mensagem por Eduardo
Local: Vigo
Cadastro: 12/11/13
Posts: 2663
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Bom artigo.

Entendi que a classe média deixou de comprar relógios, mas isso foi compensado pela classe alta, que comprou mais estando no Brasil e sem viajar ao exterior. Para quem vende alta gama está ok, mas para as marcas medianas e para a classe média parece que o país é um deserto horológico.

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