O mundo da relojoaria foi sacudido esta semana com a decisão do Swatch Group de não exibir em Baselworld 2019.
Foto Fabrice Coffrini/AFP/Getty Images
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Nick Hayek
Em uma entrevista ao jornal Suíço
NZZ am Sonntag no último Domingo, Nick Hayek, CEO do Swatch Group, falou de sua insatisfação com o centenário evento. Segundo Hayek, Baselworld, em sua atual configuração, não é mais útil ou relevante, especialmente diante da atual transparência, espontaneidade e velocidade do mundo dos negócios.
A declaração de Nick Hayek representou um duro golpe para Baselworld, pois o Swatch Group, proprietário de marcas como Omega, Breguet e Tissot, representa o maior orçamento do evento Suíço, em um total estimado de 50 milhões de Francos Suíços, incluindo despesas de viagem e acomodação.
Entre as queixas de Hayek, o alto custo de Baselworld e o fato das últimas mudanças anunciadas pela sua organização não terem sido previamente discutidas com os exibidores.
Um dia após a publicação da entrevista, o diretor do MCH Group, responsável por Baselworld, Michel Loris-Melikoff, rebateu Hayek ao dizer em um comunicado que as mudanças haviam sido discutidas em reuniões em Maio e Julho, na presença de um alto gerente do Swatch Group.
No mesmo documento, Rene Kamm, CEO do MCH Group, lamentou profundamente a decisão do Swatch Group, especialmente diante das mudanças propostas para a próxima edição de Baselworld.
Kamm, contudo, não estará mais à frente do MCH Group para avaliar os resultados de seus esforços em Baselworld 2019, pois em um comunicado no dia de hoje, 3 de Agosto, foi informada a sua demissão do cargo de CEO do MCH Group...
A demissão de Kamm atesta o enorme estrago causado pela decisão do Swatch Group e aumenta o grau de incerteza que cerca a outrora inabalável e ainda arrogante Baselworld, que ainda há pouco esnobava o grande declínio do número de exibidores ocorrido ao longo dos últimos anos.
Insensível às reclamações por parte de exibidores com relação ao seu alto custo e falhas em sua infraestrutura, Baselworld viu o número de participantes cair para cerca de 650, um terço do total registrado em seu auge.
As queixas estendem-se também às condições de trabalho oferecidas a jornalistas, diante do desconforto das instalações do Centro de Imprensa e da má qualidade do acesso à internet, por exemplo, e incluem os altos custos de acomodação e alimentação, com valores que multiplicam-se durante Baselworld.
A decisão do Swatch Group gerou o temor de que outras grandes marcas possam deixar Baselworld, o que poderia abalar ainda mais as fundações do tradicional evento Suíço, com consequências imprevisíveis. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...