Durante o recente SIHH, em Genebra, Relógios & Relógios entrevistou Nicolas Baretzki, CEO da Montblanc Internacional desde 1o de Abril de 2017.
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Baretzki ocupava a posição de Vice-Presidente Executivo de Vendas na Montblanc desde 2013, tendo anteriormente exercido cargos na Jaeger-LeCoultre, entre 2002 e 2013, e na Cartier, desde 1994.
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No 1o SIHH sob o comando de Baretzki, a Montblanc tem como grande destaque os novos modelos da Coleção 1858, além de um novo movimento de cronógrafo de Manufatura.
R&R: Inicialmente, gostaria que você nos desse uma visão geral da coleção Montblanc 2018.
Nicolas Baretzki: Este SIHH é muito rico para a Montblanc, pois em 2018 comemoramos o 160o aniversário da Minerva. É uma herança grandiosa, então selecionamos alguns aspectos da história da manufatura para servir de inspiração à nova coleção Montblanc.
Nossa principal coleção este ano é a 1858, inspirada nos movimentos Minerva dos anos 1920 e 1930 e mais ligados aos relógios militares da época, bastante robustos e de grande legibilidade. São modelos adequados ao uso “outdoor”, em explorações e no montanhismo, algo especialmente apropriado para uma marca como a Montblanc, com seu nome ligado à montanha.
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A abordagem relojoeira da Montblanc, similar em todas as coleções, é baseada em uma segmentação. Elas possuem uma peça excepcional, com movimentos Minerva “high-end”, como o Cronógrafo Minerva Monopusher que trago no pulso e o novo relógio de bolso com seu calibre 16.24. São peças dedicadas a colecionadores, bastante exclusivas, que demonstram toda a expertise da manufatura. E então temos modelos com pequenas complicações como cronógrafos, relógios automáticos, de impecável execução, mas com um fantástico posicionamento de preços.
O que nós mudamos este ano, foi adicionar uma peça exclusiva em cada coleção –mais técnica, de manufatura, mas com um preço imbatível, oferendo um grande valor para o cliente. Em 2018 esta peça é o Geosphere, desenvolvido pela Minerva, com design marcante, de inspiração militar, bastante legível, com um aro de cerâmica com os pontos cardeais, voltado à exploração, uma bela decoração no fundo da caixa, uma pulseira de couro de manufatura Montblanc, produzida em Florença. Com esta complicação e um preço de 5.200 Euros, já não se fala apenas de grande valor pelo dinheiro, mas sim em um posicionamento estratégico, com o objetivo de trazer o cliente para a coleção, para o mundo da manufatura.
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O mesmo ocorre para todas as coleções. Por exemplo, a Star Legacy possui peças excepcionais como o high-end Exotourbillon, pequenas complicações como o Automático, Data, Fases da Lua, Calendário Completo, Cronógrafo, e então temos um modelo excepcional como o cronógrafo Nicolas Rieussec, que estamos trazendo de volta, pois é uma criação de grande destaque na história da Montblanc.
R&R: Que foi o primeiro movimento in-house Montblanc...
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NB: Sim, de 2008, se não me engano. Trouxemos basicamente a mesma peça, mas com uma execução mais moderna, e com o mesmo preço de 2008. Isto possibilita um excepcional posicionamento no mercado, possibilitando a aquisição de um movimento de manufatura por menos de 7.500 Euros. Isto resume o que traz a Montblanc em 2018.
R&R: Falando sobre uma coleção específica, como tem sido o desempenho do Summit, o smartwatch Montblanc?
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NB: Tirando o Brasil, onde aparentemente não se faz questão de se receber as últimas novidades e inovações – a certificação é muito difícil, e o país foi o último de nossos mercados a receber o Summit, o produto foi um grande sucesso em todo o mundo: EUA, China, Japão, Europa...
Estrategicamente, não se trata apenas de um relógio, mas em adentrar o mundo digital. Acredito que teremos o desenvolvimento de muitos produtos digitais no futuro, e que eles estrão presentes em todos os segmentos do luxo. A Montblanc tem todas as condições de se tornar uma líder na produção de produtos conectados de luxo. Nós já temos o Smartwatch e o Augmented Paper, talvez os produtos de couro sejam os próximos.
R&R: Em âmbito mundial, qual é a coleção de relógios Montblanc mais bem-sucedida atualmente?
NB: É difícil dizer, pois a Montblanc é uma marca de atuação bastante local, e cada mercado tem suas peculiaridades. No Brasil, a coleção Timewalker, com seus relógios maiores e mais esportivos, é a preferida. Já na China, prefere-se relógios menores e mais clássicos como os da coleção Star. Acredito que a coleção 1858 tem grande potencial para se tornar uma coleção global, bem-sucedida em todo o mundo; espero poder lhe confirmar isto em nosso encontro no próximo SIHH.
R&R: Você chegou à Montblanc proveniente da Jaeger-LeCoultre. Como foi a transição de uma marca eminentemente relojoeira para uma multi-produtos?
NB: Na verdade, antes da JLC eu já havia trabalhado na Cartier, que de certa forma é parecida com a Montblanc em termos de variedade de produtos. Na época foi uma grande mudança, chegar a uma manufatura incrível, mas de nicho.
Na Montblanc volto a um ambiente de manufatura com diversas linhas de produtos, com uma grande rede de revendas. Para mim, é muito estimulante a mudança, trabalhar em uma marca com muitos diferentes mercados importantes, como Brasil, México, Índia, com não apenas um tipo de produto, o que aumenta e diversidade e a complexidade do trabalho.
R&R: Falando sobre o novo movimento de cronógrafo Montblanc, imagino que tenha havido uma colaboração das demais manufaturas do Grupo Richemont, não é?
NB: Você se refere ao movimento do novo Timewalker?
R&R: Sim, exatamente.
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NB: Sim, definitivamente houve um desenvolvimento dentro da abordagem Richemont para a manufatura, com a colaboração entre a Montblanc e a ValFleurier. Para nós, era importante ter um movimento de cronógrafo in-house high-end, com todas as características de alta relojoaria, com roda de colunas e embreagem vertical, mas com um toque Montblanc.
Isto se refere não só a um design único, mas a um preço muito atraente, que tem caracterizados os últimos lançamentos Montblanc.
R&R: Muito obrigado pela sua atenção!
NB: Eu é que agradeço!
Para saber mais sobre os lançamentos Montblanc no SIHH 2018, recomendamos uma visita ao link abaixo:
Especial SIHH 2018 - Montblanc
Fotos R&R por Carlos E. Tiburcio Ramos