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Fotos César Rovel
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Rotonde de Cartier Minute Repeater Flying Tourbillon

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Rotonde de Cartier Minute Repeater Flying Tourbillon, calibre 9402 MC, Selo de Genebra: tempo para boas vibrações


A reunião do Cartier Fine Watchmaking Club, à qual esteve presente Relógios & Relógios, na pessoa de seu Editor, César Rovel, teve lugar no belo The Chatwal Hotel, em Nova Iorque, no dia 5 de Dezembro.

Na ocasião, Thierry Lamouroux, Diretor de Marketing da Cartier, e Carole Forestier-Kasapi, responsável pela criação dos mecanismos Cartier, nos brindaram com uma apresentação dos novos modelos da coleção de Alta Relojoaria da Maison.

Além das detalhadas explicações sobre os modelos, Carole nos proporcionou uma verdadeira aula sobre a teoria da acústica aplicada à relojoaria, muito interessante e fundamental para a compreensão dos princípios que nortearam a Cartier no desenvolvimento da mais espetacular criação da nova coleção, o Rotonde de Cartier Minute Repeater Flying Tourbillon.



De todas as complicações existentes, a repetição de minutos é a favorita entre os colecionadores, pois ela dá a processos puramente mecânicos uma dimensão mais poética e oferece a oportunidade de seguir a passagem do tempo através da música.

Mais sutilmente, o Rotonde de Cartier Minute Repeater Flying Tourbillon nos lembra de que anunciar a hora do dia por meio do som sempre foi, em todas as civilizações, uma das prerrogativas exclusivas dos centros de poder e autoridade. Esta capacidade de anunciar a hora de uma diferente forma certamente dá a esta complicação lugar de destaque na sutil hierarquia da relojoaria.


Origens

As pessoas sempre perguntam quem inventou o relógio com repetição de minutos e por qual razão os relojoeiros criaram instrumentos tão complexos com a capacidade de dizer as horas através de sons.

Mesmo com a consulta de inúmeros livros sobre o assunto, o mistério ainda envolve a data da invenção de um relógio que pede ao seu usuário o uso dos sentidos de audição e visão. Alguns renomados historiadores ligam a invenção do relógio repetidor a uma relojoeiro Inglês chamado Daniel Quare (1649-1724), já que a ele é atribuída a apresentação pública de um relógio de bolso deste tipo em algum momento entre 1680 e 1686. Mas o que realmente é certo é que muitos mestres relojoeiros, trabalhando durante a segunda metade do século 18, contribuíram para aperfeiçoar este mecanismo extremamente complexo.

Naturalmente os repetidores de minutos não são mais usados da mesma forma como no passado. Contudo, sua raridade e a qualidade de sua manufatura continuam a exercer seu fascínio, mesmo se algumas vezes a força e a qualidade de seu som deixem muito a desejar.


Pureza de som

Enquanto a subjetiva natureza da visão humana nos permite formar nossas impressões de diferentes objetos ou efeitos decorativos de acordo com o nível de educação ou do temperamento do observador, em questões de som o ouvido é raramente preparado para tolerar imprecisões. Para os seres humanos a audição continua entre os sentidos mais altamente desenvolvidos. Mesmo nas condições modernas o mais sensível dos cinco sentidos é capaz de analisar um vasto campo de informação. Se a maioria deste material não é retida em um nível puramente auditivo, o cérebro ainda transcreve o que ele registra em termos de prazer ou rejeição.

Assim, mesmo ser ter tido treinamento musical formal, quase todo mundo pode distinguir uma nota correta de uma errada com base no prazer obtido em sua audição. É por esta razão, quando se trata de relógios repetidores de minutos, que o principal aspecto a ser considerado não é meramente sua estética, mas também o som que eles produzem. Pois, como instrumentos musicais de qualidade, estes relógios, com seus sutis designs mecânicos, são obras de arte cuja mágica se dá através da emoção auditiva que eles produzem.

O que também explica por quê, de forma a tocar o espírito humano e inspirar a paixão, toda a equipe da Manufatura Cartier sentiu a necessidade de repensar em termos científicos tudo o que pensavam que sabiam sobre relógios repetidores em geral e sobre repetidores de minutos em particular.


Uma nova abordagem da teoria da propagação do som

O Rotonde de Cartier Minute Repeater é o fruto de cinco anos de pesquisa sobre acústica de relógios. Há muito tempo se pensava que o conhecimento adquirido ao longo dos séculos era suficiente. Contudo, os rigorosos padrões de qualidade e a própria concepção dos relógios de hoje, juntamente com modernos métodos de análise científica, trouxeram à luz um significativo número de defeitos no modo como a medida do tempo é convertida em som.

O Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Cartier dessa forma assumiu o desafio de oferecer aos amantes da alta relojoaria um repetidor de minutos que, enquanto permanece tradicional em seu design, representa uma síntese de uma profunda pesquisa de acústica aplicada à relojoaria.

A equipe de desenvolvimento de movimentos da Cartier se propôs a tarefa de redefinir os fatores científicos fundamentais sob os quais a apreciação acústica de um repetidor de minutos é baseada. Como ponto de partida, foi necessário redefinir o próprio conceito de som, que pode ser considerado como a sensação auditiva resultante de uma onda acústica. Esta onda, que pode ser comparada às ondulações produzidos por uma pedra que cai na água, desloca partículas em meio à propagação. Estas oscilações do ar são transformadas em vibrações pelo ouvido médio que podem ser analisadas pelo ouvido interno.


O que o ouvido escuta...

Um órgão de rara complexidade, o ouvido, embora extremamente frágil na aparência, é capaz de assimilar uma enorme quantidade de informação para identificar um som e medir sua força. Todo som é a soma de um volume definido em decibéis (uma unidade de intensidade acústica representada pelo nível de pressão sonora exercida sobre o ouvido), de um tom (alto ou baixo), de uma frequência (o número de vibrações produzidas pelo corpo sonoro por segundo), e de uma duração (período de tempo).

Cada um desses componentes do som deve ser considerado individualmente durante a criação de um repetidor de minutos, e deve ao final levar à transmissão de um som claro, potente, regular e cristalino, sem qualquer traço de eco ou perturbações que poderiam prejudicar o tom das notas destinadas a dar uma refinada dimensão sonora à medida do tempo.


... os olhos também veem

Como uma premissas da criação do Rotonde de Cartier Minute Repeater Flying Tourbillon, a Manufatura Cartier tomou particular cuidado com a apresentação das partes externas deste relógio em estado-de-arte, de personalidade clássica. Numerosos testes acústicos foram conduzidos de forma a validar uma série de teorias com relação às caixas de relógios com mecanismos de sonorização.

Entre eles estão os testes conduzidos pela equipe de engenheiros e relojoeiros da Cartier envolvendo módulos feitos de diferentes materiais e abrigando a mesma “caixa musical”. Eles tornaram possível desenvolver uma nova teoria relojoeira em relação à transmissão do som, baseada em uma relação entre volume (45 mm), peso (aproximadamente 32 gramas) e potência (68 decibéis).

A equação pode ser melhor resumida dessa forma: quanto menor o peso da caixa de um relógio repetidor e maior o seu diâmetro, melhor a sua capacidade de produzir um som mais potente. Isto explica o porquê da Cartier ter escolhido apresentar o Rotonde de Cartier Minute Repeater em titânio grau 5 polido com um diâmetro de 45 mm.


É tudo uma questão de vibrações

Para assegurar a harmoniosa transmissão de uma onda acústica, deve haver uma ligação muito forte entre o componente que emite a onda sonora e os componentes que a recebem. Assim a Cartier propôs um novo conceito relojoeiro que consiste em ligar o gongo à platina e ligar a platina à lateral da caixa em quatro pontos. Para otimizar esta ligação, as extremidades dos dois gongos do repetidor de minutos são parafusadas, cada uma delas em um ponto particular no interior da caixa. A perfeita sinergia entre a caixa e o movimento assim auxilia na transmissão das vibrações.

Foram utilizados gongos de secção quadrada, que permitem que o martelo bata regularmente no mesmo lugar a despeito do fato de que a lâmina do gongo tenha começado a vibrar. As ondas acústicas são assim harmoniosamente difundidas através de uma superfície emissora maior. É contudo essencial que esses sons harmoniosos transmitidos através do ar sejam emitidos de uma forma regular a fim de que eles possam ser tanto apropriadamente interpretados como especificamente contados pelo cérebro. Para produzir a batida constante dos martelos, o Rotonde de Cartier Minute Repeater Flying Tourbillon é equipado com um mecanismo conhecido como um “regulador por inércia e fricção”, que é particularmente silencioso e sofisticado.

Graças a uma abertura no mostrador, este órgão muito eficiente é visível com seu revestimento galvanizado na cor ardósia na extensão do escape de turbilhão “voador” posicionado às 12 horas. Ele começa a girar para controlar a velocidade de carregamento do mecanismo de repetição de minutos e ao mesmo tampo garantir a emissão regular das notas pelos dois gongos do relógio.

Deste modo o ouvido é encantado pela nota que marca a hora, enquanto os olhos são cativados pelo giro frenético desses dois mecanismos extremamente complexos. Nesta dupla ação, um mecanismo tem a ilustre tarefa de regular a passagem do tempo a uma razão de uma revolução por minuto e 21.600 vibrações por hora para o balanço. O outro se dedica a moderar o ritmo da música ao controlar o carregamento da mola contida no tambor do mecanismo do repetidor de minutos, manualmente recarregado por meio de um botão incorporado à lateral da caixa às 8 horas.

A escolha de um botão para substituir a tradicional alavanca, habitualmente observada na lateral dos repetidores de minutos, atende à necessidade de reduzir a relação entre massa da caixa e massa do gongo que determina a força das vibrações. Sendo menor e, em particular, sendo concentrado em um ponto específico sobre a caixa, o botão assim permite que a massa da caixa seja significativamente reduzida.


Marcando o tempo com som

Conhecedores de refinados dispositivos mecânicos certamente sentir-se-ão voltando no tempo sempre que ativarem o botão posicionado às 8 horas e apreciarem a dança das rodas, martelos, racks e estrelas, entre outras peças encontradas no fascinante mecanismo do repetidor de minutos. Este relógio, com seus 45 mm de diâmetro e disponível, além do titânio, também em ouro rosa, abriga o calibre 9402 MC, com 447 peças e 47 rubis, e traz o Selo de Genebra – a marca de sua impecável qualidade de manufatura. Ele será apreciado por sua incrível leveza, graças à extremamente delicada natureza de suas partes mecânicas, e demonstrará com orgulho a pureza e a força de seu som a quem tiver o privilégio de escutá-lo.

Um modelo excepcional, combinando duas das maiores e tradicionais complicações relojoeiras, o Rotonde de Cartier Minute Repeater Flying Tourbillon é o primeiro representante de uma nova geração de relógios de altíssimo nível. Proposto em uma edição limitada numerada de 50 exemplares em titânio e 50 em ouro rosa, esta nova criação Cartier também existe em uma versão engastada com diamantes baguete.


Rotonde de Cartier Minute Repeater Flying Tourbillon

Características técnicas


Caixa em titânio, com diâmetro de 45 mm, coroa em titânio, com cabochão de safira. Resistente à água a 30 metros (3 atm). Cristal de safira na frente e no verso.

Mostrador branco galvanizado, guilloché, grade prateada com efeito “sunray”, numerais Romanos transferidos. Ponteiros no formato de espadas em aço azulado.

Pulseira em couro de aligátor preto, com fecho de báscula duplo ajustável em ouro branco 18 K.

Movimento mecânico de Manufatura, corda manual, calibre 9402 MC, certificado pelo Selo de Genebra, turbilhão “voador” e repetidor de minutos diâmetro de encaixe de 14 3⁄4 linhas, 33,4 mm. Diâmetro total de 39,7 mm, espessura de 9,58 mm, 45 rubis, 447 peças, balanço com frequência de 21.600 vibrações/hora. Reserva de marcha de aprox. 50 horas. Movimento individualmente numerado.
 
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