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Coronel John Blashford-Snell e Jean-Frédéric Dufour
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Imagens da expedição British Trans-Americas, 1971-1972
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El Primero Stratos Flyback edição limitada em homenagem a John Blashford
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Coronel Blashford durante a sua visita à Manufatura
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O Coronel John Blashford durante a sua missão na Amazônia em 2011
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O Coronel Blashford usando o seu primeiro El Primero, que gentilmente doou ao museu Zenith

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Coronel John Blashford-Snell, novo embaixador Zenith

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Coronel John Blashford-Snell, a personificação do espírito pioneiro

Jean-Frédéric Dufour, CEO da manufatura relojoeira Zenith, acaba de anunciar o regresso do Coronel John Blashford-Snell ao círculo de Embaixadores Zenith.


Este título confirma uma realidade de longa data. Durante os últimos quarenta anos, o explorador britânico usou orgulhosamente um cronógrafo Zenith El Primero nas suas expedições pelo mundo, desde a sua participação na missão British Trans-Americas – 29.000 km do Alasca à Terra do Fogo, passando pela até então impenetrável selva pantanosa do Darien Gap.

O Coronel Blashford-Snell organizou e liderou mais de 100 expedições durante as quais o seu cronógrafo El Primero foi sujeito às piores condições possíveis: o frio intenso do Alasca, a umidade extrema dos pântanos da América Central e do Sul, as selvas nos bancos do Nilo Azul e do Rio Congo, a areia do deserto...

Agora, como um ponteiro que completa a volta no mostrador, este cronógrafo (que ainda funciona com perfeição!) regressa a Le Locle, doado pelo Coronel ao futuro museu Zenith. A Manufatura Zenith presta homenagem a este homem excepcional com o lançamento de uma edição limitada “John Blashford-Snell” inspirada no modelo El Primero Stratos Flyback.

O início da vocação de um explorador

Nenhum outro cronógrafo pode orgulhar-se de ter superado tal teste de resistência e fiabilidade, passando mais de 40 anos no pulso de um dos mais incansáveis exploradores dos tempos modernos. Esta é, sem dúvida, a melhor forma de descrever o Coronel Blashford-Snell. As suas aventuras começaram em 1968, quando o Imperador da Etiópia Haile Selassie convidou o exército britânico a reunir uma expedição para tentar a primeira descida do Nilo Azul.

John Blashford-Snell liderou este projeto. Em 1969, terminada a missão, regressou à Inglaterra e fundou a Sociedade para Exploração Científica (Scientific Exploration Society) para incentivar e promover a exploração científica por todo o mundo (vale a pena salientar que o movimento El Primero foi lançado nesse mesmo ano).

Suas expedições sempre tiveram objetivos científicos, médicos, geográficos ou ambientais. Depois do Nilo Azul, aceitou um novo desafio que viria a se tornar uma das mais desafiadoras missões – a British Trans-Americas – atravessando o continente americano do extremo norte ao extremo sul. O principal desafio foi a travessia da totalidade do Darien Gap em um veículo motorizado. Trata-se de uma área de selva pantanosa que se estende por 400 km, até então considerados completamente intransitáveis (ver figura).

Após este feito, a administração das autoestradas panamericanas, responsável pela grande estrada que liga a América de Norte a Sul, comprometeu-se a gastar os 150 milhões de dólares necessários para construir um último trecho da autoestrada panamericana que atravessaria o Darien Gap, usando o mesmo traçado desta gloriosa epopeia.

Depois desta expedição, John Blashford-Snell nunca mais tirou o cronógrafo Zenith El Primero que lhe foi então oferecido pela manufatura relojoeira.

Uma vida dedicada à exploração e à descoberta

John Blashford-Snell também participou de novas aventuras, como a descida da totalidade dos 4.700 km do Rio Congo em 1974-1975. Era também seu objetivo partilhar a sua paixão, fazendo-o através da Operação Drake de 1978 a 1980 (um projeto em que participaram 400 pessoas de 27 nações, navegando em um navio britânico transformado em laboratório flutuante que realizou inúmeras missões de exploração), seguido da Operação Raleigh de 1984 a 1992.

Em 1991, após 37 anos de serviços, o Coronel Blashford-Snell retirou-se do Exército Britânico, mas continuou a liderar projetos similares, levando a cabo também uma série de explorações nos rios da América do Sul, em busca de achados arqueológicos e observações científicas (Expedições Kota Mama).

Mais recentemente, em 2009-2010, conduziu uma busca por um meteorito na Bolívia e estudou elefantes gigantes na selva Nepalesa. Em 2011, lançou uma expedição à Mongólia, no deserto de Gobi. Com quase 75 anos, o seu ímpeto permanece inalterado!

John Blashford-Snell e Zenith: o mesmo ‘’espírito pioneiro’’

Em 1974, John Blashford-Snell recebeu o Troféu Segrave por ‘’Coragem, Iniciativa, Habilidade e Espírito de Aventura’’ - que mostrou frequentemente, e pela sua participação no ‘’Desenvolvimento de Transportes Aéreos, Terrestres, Fluviais e Marítimos’’. As medalhas que lhe foram atribuídas pela Royal Geographical Society e pelo Institute of Royal Engineers atestam a contribuição das suas missões para o progresso do conhecimento.

O Coronel é atualmente Presidente da Sociedade para a Exploração Científica e da organização de caridade Just a Drop. Foi-lhe concedido o título da Ordem do Império Britânico em 1991 pela sua ação no âmbito da Operação Raleigh, que contribuiu para desenvolver um sentido de iniciativa e responsabilidade entre os mais jovens (muitos deles com passado menos privilegiado), e tornando-os ‘’verdadeiros jovens pioneiros’’.

Todas estas qualidades distintivas demonstram uma mentalidade determinada, um espírito empreendedor e uma grande vontade de se destacar aceitando constantemente novos desafios; uma paixão pelo conhecimento e descoberta, bem como um sentido profundo dos valores humanos. Esta mentalidade reflete exatamente a da Manufatura Zenith que o CEO Jean-Frédéric Dufour resume da seguinte forma:

“A expressão ‘espírito pioneiro’ é a que melhor define a marca Zenith, que sempre atravessou territórios não explorados. A Zenith possui esta notável habilidade de apresentar novas ideias, e em seguida empenhar-se em novos desafios técnicos. Os nossos relógios acompanharam algumas das maiores aventuras humanas: a descoberta do polo Norte e do polo Sul, liderada pelo explorador Roald Amundsen; a luta pacífica de Mahatma Gandhi pela independência da Índia; os princípios ecológicos do Príncipe Alberto de Mônaco; a travessia do canal por Louis Blériot; as atividades políticas de John F. Kennedy; o voo solitário ao Polo Norte num balão de ar quente pelo médico francês Jean-Louis Etienne, só para mencionar alguns”.

É legítimo que o nome do Coronel John Blashford-Snell seja oficialmente gravado como um embaixador da marca na lista das ilustres personalidades que escolheram os cronógrafos Zenith.

Zenith, a paixão pela inovação

Ao invés de descansar e aproveitar os louros do sucesso da expedição British Trans-Americas, John Blashford-Snell aceitou constantemente novas explorações. De forma similar ao notável pioneiro, a Manufatura Zenith poderia ter continuado a reproduzir mecanismos idênticos ao El Primero que o Coronel colocou à prova, testando a sua fiabilidade desde 1971.

Criado dois anos antes, o calibre El Primero foi o primeiro cronógrafo mecânico no mundo com uma velocidade de dez vibrações por segundo, enquanto todos os existentes alcançavam, na melhor das hipóteses, oito vibrações por segundo.

Mas, mesmo após ter ultrapassado uma barreira que era considerada intransponível, a Zenith continuou motivada por um espírito incansável de descoberta, e foi responsável por equipar o El Primero com novas complicações. A Zenith apresentou recentemente uma edição especial limitada a 500 peças do El Primero Stratos Flyback batizada John Blashford-Snell, em homenagem ao seu fiel embaixador.

Ele participou do desenvolvimento das especificações, buscando “um instrumento ultrarresistente com excepcional facilidade de leitura”. O resultado é uma caixa e pulseira de aço, mostrador em tom de cinza e contadores pretos para máximo contraste, com SuperLuminova nos ponteiros e marcadores de horas. Este relógio de “Missão Especial” está equipado com uma função flyback, um aro rotativo unidirecional e uma escala telemétrica no anel do aro interior.

A expedição British Trans-Americas, 1971-1972

A Zenith sempre apoiou pessoas e projetos audazes tentando levar mais além os seus limites físicos ou intelectuais. Em 1971-1972, a Manufatura estava entre as empresas que apoiaram a Expedição British Trans-Americas. Isto ocorreu logo no início do patrocínio da aventura e tornou-se, desde então, prática comum.

Apesar de muitos dos membros da expedição fazerem parte das forças armadas britânicas em operação conjunta com as forças armadas da Colômbia, do Panamá e dos EUA, a Range Rover forneceu dois veículos (dois modelos de uma série inicialmente destinada à exportação para a Suíça), a Marks & Spencer forneceu as roupas, a Heinz a comida... A Zenith disponibilizou os relógios para toda a equipe; o líder, John Blashford-Snell, seguiu com um relógio alimentado pelo seu mais recente e preciso calibre, o cronógrafo El Primero.

Após um ano de treino intensivo, a expedição partiu de Anchorage a 3 de dezembro de 1971, inicialmente atravessando o Alasca e o Yukon, com neve e por estradas geladas. No Canadá, um dos Range Rover teve um acidente, mas foi reparado em Vancouver. A expedição chega a São Francisco a 23 de dezembro e a Los Angeles em 24 de dezembro. Ainda em direção ao Sul, atravessaram o México e a América Central, chagando à Cidade do Panamá em 12 de janeiro.

A parte mais difícil da expedição começou aqui – o Darien Gap – conhecido localmente como El Tapon (o tampão de Darien) – uma falha de cerca de 400 km na Autoestrada Panamericana, uma área completamente desprovida de estradas utilizáveis em muitos locais, onde os raros trilhos na selva eram conhecidos apenas pelas populações locais.

Habitualmente, os carros contornavam esta área extensa de pântanos tropicais em barcos. Atravessar o El Tapon parecia impossível e demasiado perigoso devido aos bandidos, doenças e fauna agressiva. O objetivo da expedição era o de estudar a fauna e a flora e abrir uma passagem.

Iniciaram em 19 de Janeiro de 1972, quando a estação das chuvas, que durou cinco semanas a mais do que o habitual, transformou as raras passagens de terra firme em lama espessa e preta. O caminho foi desbravado com machete e serra elétrica ou usando escadas de alumínio sobre determinados obstáculos, passando as piores áreas.

O progresso era lento – uma média de apenas 3 km por dia –, e um erro na rota provocou um atraso de dez dias. Apesar destas dificuldades, com a sua incrível força e tenacidade, após 96 dias, a 23 de abril de 1972, a expedição alcançou novamente terra firme, após a última travessia do grande pântano do Atrato. Pela primeira vez, veículos motores venceram o El Tapon.

Após uma revisão exaustiva dos Range Rover, a expedição continuou a sua rota pela América do Sul – Colômbia, Equador, Chile, Patagônia e a Terra do Fogo...

Chegaram a Ushuaia e ao Cabo Horn em 10 de junho de 1972, após uma viagem de 29.000 km. Comparável, embora numa escala totalmente diferente, ao feito alcançado pelo primeiro movimento El Primero com 36.000 vibrações por hora...
 
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