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Ciclo completo da Lua e as marés correspondentes no Moonstruck - 22/07/09
Fotos por Carlos E. Tiburcio Ramos
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Moonstruck – A Eterna Fascinação

segunda-feira, 15 de março de 2010

Na última feira de Baselworld, o Moonstruck era uma presença majestosa no estande da Ulysse Nardin, uma marca notabilizada pela produção, no passado, de cronômetros marítimos e, mais recentemente, de notáveis relógios astronômicos.

Embora poucas informações estivessem então disponíveis, o modelo deixava antever uma notável complicação astronômica, revelada com detalhes durante o seu recente lançamento, no Observatório de Nice, na França, no mês de Setembro.

O Moonstruck foi então exibido em todo o seu esplendor, uma nova obra do Dr. Ludwig Oechslin que mostra as influências combinadas do Sol e da Lua, os corpos celestes que mais estimulam nossa fantasia e imaginação, sobre o planeta Terra.



Um fator constante em todos os nossos dias, o Sol nasce diariamente, sempre com a mesma forma. A Lua difere em muitos aspectos, e com isso parece ainda mais misteriosa e fascinante.

O mais brilhante objeto no céu noturno, a Lua não brilha, mas reflete a luz do Sol. Para muitas culturas diferentes, a antiga mitologia via o Sol como uma presença masculina, com a Lua representando uma presença feminina. Através dos tempos, às deusas da Lua foram atribuídos poderes especiais que rejuvenesceriam os velhos e enfermos, influenciariam o crescimento e governariam a escuridão.

Milhares de anos atrás, os Babilônios introduziram seu calendário semanal, com um dos dias dedicado à Lua. Muitas culturas também incorporaram sua reverência à lua – como evidenciado por “Monday” (Moon) em Inglês, “Lundi” (Lune) em Francês, ou “Montag” (Mond) em Alemão. Algumas culturas Asiáticas, incluindo a Japonesa e Coreana também deram a um dia da semana um nome baseado na Lua.

Os ciclos lunares de iluminação ampliaram a conexão com a natureza feminina. Os ciclos lunares não eram apenas comparados com o ciclo biológico da mulher, mas com todos os ciclos visíveis no meio-ambiente, incluindo os ciclos de crescimento das florestas e dos campos. Nos anos recentes, tem ocorrido o ressurgimento do interesse no conhecimento anteriormente perdido ou não praticado sobre esse poder. Por exemplo, tornou-se comum na indústria de construção usar a madeira de árvores cortadas na lua cheia na construção de novas casas. Calendários baseados nos ciclos lunares estão entre os mais antigos usados pela humanidade, e ainda são importantes para algumas religiões. O calendário Islâmico é lunar, e o feriado da Páscoa Cristã é calculado com base na lua cheia.

Além disso, outras crenças comumente aceitas ao longo da história são de que a lua cheia estimula o crescimento de cabelo e unhas, leva ao aumento da agressividade, causa dificuldade em adormecer e tem a capacidade de transformar pessoas inocentes em lobisomens!

Todos nós somos tocados pela visão de uma grande lua cheia percorrendo o céu noturno. Aquele que se deleita com a contemplação da beleza e da majestade da Lua pode então ser chamado de Moonstruck (“Lunático”).

As pessoas que residem nas beiras dos oceanos são diariamente confrontadas com uma influência lunar claramente visível: as marés. O aumento e a queda do nível do mar é de vital importância para aqueles dele dependem de uma forma ou de outra e é evidenciada pelo grande número de calendários de marés que são encontrados em praticamente toda residência à beira-mar.


Sol, Terra e Lua

Em 1543 Nicolau Copérnico publicou seu tratado “De revolutionibus” que exibiu sua teoria (também conhecida como sistema heliocêntrico) de que o Sol está no centro de nosso sistema solar, com a Terra girando ao redor dele. O que fazia desse sistema difícil de provar é o fato de que nossa experiência diária parece dizer o oposto: toda manhã, o Sol surge sobre o horizonte, atinge seu zênite ao meio-dia e apenas se põe à noite. Assim, um observador baseado na Terra tem a impressão de que o Sol gira ao redor da Terra.

Enquanto não deixamos nosso planeta e nos posicionamos em outro ponto dos sistema solar, não faz nenhuma diferença se colocamos o Sol ou a Terra como ponto de referência. Por esta razão muitos relógios astronômicos ao longo da história mantiveram a referência na Terra (sem estarem incorretos enquanto o sistema observado for limitado ao Sol, Terra e Lua). Consequentemente, no Moonstruck temos o Sol representado como um símbolo, girando uma vez a cada 24 horas ao redor da representação central da Terra.


As Fases da Lua

Como visto de um ponto sobre o Polo Norte, todos os planetas e luas de nosso sistema solar giram em um sentido anti-horário ao redor de seus respectivos eixos de rotação. A Lua gira ao redor da Terra da mesma maneira. No hemisfério setentrional da Terra, a Lua deve ser observada movendo-se da direita para a esquerda durante a noite. Contudo, o contrário ocorre no caso com a lua nascendo à esquerda, e se pondo à direita.

A explicação para isto reside na própria rotação da Terra, que também é anti-horária. Com uma rotação de apenas 24 horas, ela é muito mais rápida que a Lua, e assim um ponto sobre a superfície da Terra ultrapassa o movimento da Lua.

Além desse movimento virtual através do céu noturno, nós também percebemo as mudanças cíclicas na área iluminada da Lua. As fases lunares são o resultado das alterações de ângulos entre a Lua ao girar ao redor da Terra, e o Sol do qual ela recebe sua luz.

Em sua órbita, quando a Lua tem uma posição entre o Sol e a Terra, vê-se apenas seu lado escuro, o que naturalmente resulta em não se ver a Lua. Esta fase é a lua nova.

Após orbitar para o lado oposto da Terra, a Lua está totalmente iluminada pelo Sol quando observada da Terra – esta é a lua cheia. Entre essas duas fases, a Lua cresce até que uma metade esteja iluminada (quarto crescente) e diminui com a outra metade iluminada (quarto minguante).

O período entre duas das mesmas fases é de 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 2,9 segundos, que também é chamado de mês sinódico. De maneira similar à definição de um dia e baseado na rotação da Terra, as fases lunares não correspondem precisamente à verdadeira rotação da Lua.

Para completar um círculo de 360 graus ao redor da Terra, a Lua precisa de apenas 27 dias, 7 horas, 43 minutos e 11,5 segundos (mês sideral), durante os quais todo o sistema Terra–Lua por si só moveu-se em seu caminho ao redor do Sol, e o ângulo de iluminação também se alterou.


As Marés – a Força Gravitacional

A força que evita que flutuemos livremente e nos mantém firmes no chão é conhecida como gravidade. Todo corpo com sua massa é uma fonte dessa força; pequenas massas exercem uma pequena força gravitacional enquanto grandes massas exercem uma grande força gravitacional. A gravitação da Terra mantém a Lua em sua órbita ao redor de nosso planeta. Em geral tendemos a nos esquecer de que a Lua é uma massa de tamanho considerável, e consequentemente tem seu próprio efeito gravitacional sobre a Terra. Com duas massas que são bastante desproporcionais, este efeito é normalmente compensado pela Terra. Por exemplo, uma pedra lançada no ar não será atraída na direção da Lua, mas sim retornar ao solo.

70% da superfície da Terra é coberta pela água, que é muito mais facilmente influenciada pela força gravitacional da Lua, resultando na elevação da superfície dos oceanos em direção à lua. Com as rotações da Lua acima e a Terra sob as águas, a maré alta sempre segue a Lua ao redor do globo. A maré alta na direção da Lua é compensada pela maré baixa nas outras regiões dos oceanos.

Um estudo dos movimentos das marés dos oceanos nos mostram que não apenas no lado de face para a ocorre uma maré alta, mas também no lado exatamente oposto da Terra (embora mais baixa), enquanto seria de esperar que a gravitação da Lua atraísse a água em sua direção. O mostrador do Moonstruck mostra claramente esse fato.


A Força Centrífuga

A razão para isto está na força centrífuga. De forma resumida, quanto maior a distância do eixo de rotação, maior a velocidade do objeto sendo balançado, e maior sua tendência em deixar a rotação e dela fugir em uma linha reta, o que é chamado de força centrífuga, uma vez que ela resulta no objeto escapando do centro de rotação.

Devido à rotação da Terra, todo ponto sobre sua superfície se move. Sobre o equador, a velocidade do tal ponto é de impressionantes 1.670 quilômetros por hora! Graças à gravidade nós não somos catapultados para o espaço exterior, mas os técnicos usam desse efeito ao preferirem locais próximos ao equador para o lançamento de espaçonaves e foguetes.

A água dos oceanos está sujeita à força centrífuga, que a empurra para fora. Mas como a gravidade da Lua é mais forte, a água segue a sua atração. Onde a atração gravitacional é mais fraca (no lado exatamente oposto da Terra) a força centrífuga é forte o suficiente para gerar uma maré alta. Isto explica porque o globo tem duas marés altas: a maior que segue a influência gravitacional da Lua, e a menor no lado oposto, seguindo a dinâmica da força centrífuga da Terra.


A influência do Sol

Para complicar ainda mais as coisas, a Lua não é o único corpo celeste com influência gravitacional sobre a Terra: também há o Sol, que tem gravidade suficiente para forçar a Terra (e todos os outros planetas) a permanecer em uma órbita estável. É facilmente compreensível que sua enorme gravitação não poderia deixar de exercer uma influência sobre os oceanos. Portanto, há outra maré alta, que está sempre de frente para o Sol, enquanto a Terra gira em torno de si mesma e ao redor do Sol.

Isto é complementado por uma contrapartida mais baixa no lado exatamente oposto da Terra, onde a força centrífuga permite que as águas se movam para fora do eixo de rotação da Terra. Como o Sol está muito mais distante da Terra, em comparação com a Lua, seu efeito gravitacional sobre os oceanos é cerca de apenas 45% daquele da Lua, resultando em uma maré alta consideravelmente menor.

De modo geral, a Terra apresenta não menos que quatro marés altas sobre sua superfície: a mais forte causada pela Lua, seguida pela causada pelo Sol, e as outras duas sendo o efeito causado pela própria força centrífuga da Terra.


Marés de sizígia e de quadratura

A interação desses quatro fatores cria os reais movimentos de marés, e ela é demonstrada de forma impressionante pelo mecanismo do Moonstruck: quando Sol, Lua e Terra estão posicionados em uma linha, com Sol e Lua no mesmo lado, suas forças gravitacionais se somam e causam um pico muito alto de maré, chamado “maré de sizígia (“spring tide”). Fenômeno semelhante ocorre com Sol e Lua alinhados em lados diferentes da Terra, com a maré de sizígia não sendo tão alta.

Se Lua está situada em um ângulo de 90 graus com o Sol, sua gravitação compensa a do Sol e o resultado é uma distribuição quase uniforme da água sobre a Terra, uma maré chamada “maré de quadratura” (“neap tide”).


Representação de marés em instrumentos mecânicos

O sistema exposto acima sugere que deve ser possível basear uma previsão de marés eternamente precisa em um instrumento mecânico. Na verdade, isto é praticamente impossível. Há centenas (se não milhares) de fatores que influenciam a dinâmica das marés, a maioria dos quais não são estáveis, mas sempre em processo de mudança, algumas vezes muito rapidamente. Enquanto a distância entre Lua e Terra lentamente aumenta, reduzindo a atração gravitacional, a rotação da Terra fica mais lenta, reduzindo a força centrífuga. Outras influências sobre as marés incluem o tempo, temperatura da água, o teor de sal e a forma das costas e a geomorfologia submarina.

Como consequência, a previsão das marés é uma ciência difícil, similar à previsão do tempo, de precisão similar. Aqueles que precisam conhecer as marés exatas na maioria das vezes utilizam um almanaque impresso ou uma lista, especificamente calculados para a sua localização.

O que é possível, contudo, em um modelo mecânico, é uma representação com precisão científica dos posicionamentos de Sol, Lua e Terra e suas influências sobre as marés.


Ludwig Oechslin, o gênio por trás do Moonstruck

Nascido em 1952 na Itália, Ludwig Oechslin frequentou escolas na região da Suíça de idioma Alemão antes de iniciar sua carreira acadêmica em 1972. Começou então seus estudos clássicos (uma combinação de arqueologia e história antiga, Grega e Latina) bem como história, história das artes e filosofia na Universidade de Basel, onde se formou em 1976.

Uma crescente insatisfação com a teoria “petrificada” ensinada na universidade levaram-no a buscar uma profissão na qual ele pudesse fazer uso de suas mãos tanto prática como criativamente. Tornou-se claro para ele que, tornando-se um relojoeiro, ele poderia ter o melhor de ambos os mundos. Aos 24 anos de idade, não foi fácil para ele encontrar um mestre que o aceitasse para treinamento. Finalmente, Jörg Spöring, um conceituado relojoeiro e restaurador de relógios antigos, aceitou Ludwig Oechslin em sua oficina.

Em pouco tempo, Oechslin teve seu primeiro e intenso contato com um antigo relógio astronômico. Ele foi enviado para o Vaticano para reparar e restaurar o “Relógio Farnesina”, um relógio astronômico com mais de 250 anos e de inigualável complexidade. O reparo do relógio, a remanufatura de uma grande parte das peças e o completo estudo das funções do relógio mantiveram-no ocupado por anos. Os resultados o intrigaram, e ele quis conhecer mais sobre as pessoas que criaram tais relógios, seus pensamentos, e as implicações científicas por trás deles. Após seu retorno de Roma, iniciou estudos adicionais nas disciplinas de astronomia, filosofia e história da ciência (física teórica) na Universidade de Berna, obtendo o grau de Doutor em 1983.

Nos doze anos seguintes, Oechslin tornou-se um “expert” internacionalmente reconhecido em relógios astronômicos do século XVI ao XVIII e viajou pela Europa restaurando e estudando antigos relógios. Simultaneamente continuando seu treinamento como um relojoeiro, recebeu seu diploma em 1984 e finalmente tornou-se um mestre relojoeiro em 1993. Seu treinamento prático como um relojoeiro e sua carreira acadêmica andavam lado a lado.

A excelência científica de Ludwig Oechslin, bem como sua fama como um dos mais inovadores relojoeiros do mundo, foram reconhecidas em 2001, quando a câmara municipal de La Chaux-de-Fonds lhe ofereceu a posição de curador-diretor do Museu Internacional do Relógio, a mais completa e famosa coleção horológica do mundo.

Enquanto formalmente ainda era um aprendiz, mas já um mestre tecnicamente, Ludwig Oechslin foi “descoberto” por Rolf Schnyder, dono da Ulysse Nardin. Schnyder buscava realizar uma magnífica ideia que poderia se tornar uma marco e um símbolo da competência da Ulysse Nardin. Ele conheceu um extraordinário relógio de parede com um mostrador astronômico, chamado de astrolábio. Quando Schnyder finalmente encontrou o criador daquela peça, Oechslin, imediatamente perguntou a ele se seria possível construir um astrolábio nas dimensões de um relógio de pulso. “Quem estaria interessado em comprá-lo?” perguntou Oechslin. “Eu compraria”, respondeu Schnyder.

Assim nascia uma sólida amizade entre os dois, bem como uma extraordinária colaboração. O Moonstruck representa a mais recente criação resultante dessa parceria.

Entre 1983 e 1992, Ludwig Oechslin criou uma série de três relógios de pulso astronômicos, a hoje famosa “Trilogia do Tempo”, consistindo do Astrolabium, Planetarium e Tellurium. Duas dessas maravilhas mecânicas constam do Guinness Book of Records, e nenhum livro atual sobre a história da relojoaria no século XX deixa de mencionar ou ou mostrar ao menos uma das três peças. Para a Ulysse Nardin, a Trilogia tornou-se emblemática, colocando a marca no exclusivo panteão daquelas que criam os mais complexos relógios do mundo.

Com a finalização da Trilogia astronômica, Ludwig Oechslin voltou sua atenção para outros projetos , mais “terrestres”. Ele projetou o primeiro mecanismo de fácil utilização e confiável para ajustar um relógio para diferentes fusos horários, mesmo voltando sobre a linha de data. Ele também criou o primeiro calendário perpétuo mecânico, que pode ser ajustado para frente e para trás por meio de uma única coroa, e em 1999 ele o combinou com um mecanismo GMT adicional

Apenas poucos anos mais tarde, em 2001, a Ulysse Nardin impressionou o mundo horológico com a ideia de Ludwig para um relógio ‘‘simples’’: o incrível Freak, um carrossel turbilhão de sete dias, no qual a caixa e as duas pontes do movimento servem como ‘ponteiros’ para mostrar o tempo. O Freak foi o primeiro relógio mecânico a utilizar rodas de escape feitas de silício, resultando em redução do atrito e massa e num aumento da estabilidade a longo prazo. O escapamento do Freak não necessita de lubrificação.

In 2003 a Ulysse Nardin trouxe outro exemplo do gênio de Ludwig Oechslin com o lançamento do Sonata, o primeiro relógio mecânico do mundo com alarme de 24 horas com contagem regressiva que permite a seu usuário ajustar o alarme com mais de 24 horas de antecipação, e ver o tempo que resta até que o alarme dispare em um indicador regressivo inédito. O mecanismo GMT integrado automaticamente leva em conta mudanças do fuso horário atual.

Em 2009, Ludwig voltou mais uma vez ao universo dos corpos celestes com o Moonstruck. Enquanto o Tellurium concentrava-se no Sol e Terra e na iluminação da última, o Moonstruck acrescenta a Lua e demonstra seus efeitos sobre a Terra, permitindo ao seu orgulhoso dono obter uma compreensão inteiramente nova de nosso planeta.


Principais características do Moonstruck

1. Disco da Terra

A Terra é representada como vista de um local acima do Polo Norte. Contudo, ela mesma não gira; ao invés disso, a rotação do globo é simulada pelo movimento do Sol e da Lua ao redor da Terra.

2. Disco do Sol e indicador de 24 horas

O símbolo do Sol gira ao redor da Terra em 24 horas, reproduzindo o movimento aparente do Sol, quando visto de um local sobre a Terra. A representação dos continentes no disco da Terra permite uma estimativa da região onde atualmente é o meio-dia, sobre a qual o Sol atingiu o seu zênite. Com seus numerais de 1 a 24, o disco do sol também exibe a atual Hora de Greenwich, que deve ser lida na linha do marcador de horas na posição das 6 horas do mostrador.

Deve-se observar que a posição do disco do sol indica a Hora Solar Universal em qualquer lugar ao redor do globo; ela não mostra a hora legal.

3. Representação cientificamente precisa da fase da lua

O novo mecanismo e patenteado para a indicação da fase da lua consiste de dois discos posicionados um sobre o outro, girando ao redor de uma reprodução fixa do globo terrestre no centro. No disco do topo há um corte circular, indicando a posição da lua em relação à Terra e ao Sol, com o disco inferior contendo uma curva de cor brilhante sobre um fundo escuro servindo como a indicação da fase da lua. Quando o disco superior se move sobre o inferior com os setores claro e escuro, ele mostra a janela completamente escura (lua nova) tornando-se progressivamente clara, até que ela seja preenchida com a cor brilhante para indicar uma lua cheia e começar a minguar novamente.

O disco inferior também gira, permitindo a construção de uma indicador muito preciso para a fase da lua. Um dos desafios das indicações mecânicas das fases da lua é o exato período entre duas luas cheias de 29,5305881 dias (lua sinódica). Um movimento de relógio mecânico utilizado para conduzir uma indicação de fases da lua normalmente possui rotações de 12/24 horas ou 60 minutes apenas, e é praticamente impossível obter a rotação de 29,5305881 dias a partir dessa base, por meio de rodas dentadas: uma roda com os 295.306 dentes necessários para isso teria um grande diâmetro que certamente não se adequaria a um relógio de pulso. Esta é a razão pela qual indicações convencionais de fases da lua atualmente usados em relógios de pulso simplificam enormemente a questão, resultando na necessidade de correção manual de um dia após apenas três anos.

Ao dividir a rotação em dois discos que são combinados em um indicador, a Ulysse Nardin foi capaz de obter um alto grau de precisão. Assim o Moonstruck exige mais de 100.000 anos, antes que sua lua mostre uma lua cheia quando de fato deveria mostrar uma lua nova (ou vice-versa).

Ao combinar a janela da lua com a posição do Sol, mostrada pelo disco do Sol, é facilmente possível ler a fase da lua de uma forma mais dinâmica: tanto o símbolo do sol como a janela da lua, giram no sentido horário, que é a forma como estes corpos celestes são vistos a partir do hemisfério Norte da Terra.

A janela da lua é ligeiramente mais lenta que o símbolo do sol: em consequência, ela parece se mover no sentido anti-horário em relação ao Sol.

Quando Sol e Lua estão alinhados no mesmo lado da Terra, isto mostra uma Lua Nova: a Lua está entre Sol e Terra; então, a partir da Terra, apenas o lado com sombra é visto.

Sol e Lua alinhados em lados opostos da Terra mostram a Lua Cheia: da Terra, a Lua é visível totalmente iluminada pelo Sol.

Entre esses dois estados, o símbolo do sol e a janela da lua exibem, respectivamente, os quartos crescente e minguante.

4. Representação global das marés

A mais aparente influência da Lua sobre a Terra é a flutuação das marés oceânicas. Atraída pela gravidade da Lua, a superfície dos oceanos se eleva em direção à Lua, seguindo-a ao longo de seu percurso ao redor da Terra.

Embora indicadores de marés em relógios não sejam novidade, o Moonstruck é o primeiro relógio a permitir ao usuário observar as variações globais das marés, resultantes das influências gravitacionais não apenas da Lua mas também do Sol.

A adição de uma indicação de marés ao indicador astronomicamente preciso de fases da lua de Ludwig Oechslin, permite a determinação de uma maré e sua tendência em um dado local do oceano, ou em um litoral. Através das representações giratórias de Lua e Sol, é possível estudar os feitos cumulativos de suas forças gravitacionais que resultam em marés sizígias e de quadratura.

A leitura da indicação das marés no Moonstruck é relativamente clara: tanto os discos do sol como da lua mostram setores em azul escuro, simbolizando as forças gravitacionais desses dois corpos celestes, bem como a força centrífuga da rotação da Terra.

Os setores escuros impressos ao redor do sol e da lua exibem suas gravitações, atraindo os oceanos da Terra em direção a eles. Os setores menores no lado oposto indicam as águas do oceano que sobem como um efeito da força centrífuga da Terra.

O Sol e a Lua geram marés nos oceanos da Terra que os seguem, com marés menores dos lados exatamente opostos. Contudo, quando ambas as fontes gravitacionais estão em exato alinhamento, no mesmo lado ou em lados opostos da Terra, seus efeitos geram as marés sizígias.

Quando Lua e Sol estão posicionados em um ângulo de 90 graus, como visto da Terra, seus efeitos sobres as marés se compensam em um certo grau, resultando em marés de quadratura sobre os oceanos.

5. Rápido ajuste de horas para viagens

O Moonstruck também oferece funções mais “terrestres”, incluindo a capacidade de ajustar para frente ou para trás o ponteiro principal de horas em incrementos horários através de dois botões no lado esquerdo do relógio. Assim, ele pode ser usado como um prático relógio para viagens, rapidamente adaptando a indicação da hora para um diferente fuso horário. Esta função facilita a correção necessária pela introdução do horário de verão.

Com os ponteiros de horas e minutos revestidos com material luminoso, o dono será capaz de ler facilmente a hora mesmo na absoluta escuridão.

6. Calendário

Um terceiro ponteiro é voltado para o aro, onde numerais para a data (de 1 a 31) estão gravados. Este ponteiro pode ser rapidamente ajustado para frente e para trás.


Moonstruck - Dados Técnicos

O Moonstruck abriga o Calibre Calibre UN-106 (totalmente desenvolvido e produzido pela Ulysse Nardin), com escape de silício, um mecanismo mecânico automático de carga bidirecional com reserva de marcha de aproximadamente 50 horas.

O relógio astronômico e calendário perpétuo tem como funções as indicações da posição do Sol e da Lua em relação à Terra, fases da Lua, horas e minutos, sobre um mostrador com uma imagem do planeta Terra em madrepérola pintada à mão.

A caixa com diâmetro de 46 mm tem resistência à água de 100 metros, garantida por uma coroa rosqueada com fecho de segurança. O mostrador é protegido por cristal de safira antirreflexo, também presente no fundo da caixa.

A edição limitada a 500 peças em ouro vermelho e 500 em platina é complementada por uma pulseira em couro de crocodilo com fecho deployant.


O preço de venda sugerido é de US$ 83,000.00 para a versão em ouro vermelho.


Publicado originalmente na Revista Pulso no. 66, Janeiro/2010
 
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