Quando a Patek Philippe lançou o Nautilus há 30 anos, o original conceito do relógio e sua marcante afirmação de elegância casual foram objetos de culto. Agora, as prestigiosas oficinas de Genebra apresentam uma nova e sutilmente redesenhada coleção Nautilus com frescor renovado para os próximos 30 anos e além. Ela também introduz um cronógrafo flyback com um movimento automático inteiramente criado "in-house".
Uma pequena revolução teve lugar em Genebra em 1976: o lançamento de um relógio de luxo com caixa de aço. O mundo da horologia ficou perplexo e cético porque o tempo ainda avançava no confortável ritmo do século XX: relógios de luxo eram feitos de ouro ou platina - de preferência com braceletes também de metais preciosos - muitas vezes também com marcadores de horas e aros com diamantes. Ao mesmo tempo, as manufaturas competiam entre si para desenvolver relógios cada vez mais finos. E então surgiu este relógio de grandes dimensões e em aço; ele não apenas era mais caro que muitos relógios em ouro daqueles dias, ele também violava todas as convenções com seu tamanho proeminente e forma extravagante. O mais surpreendente: foi a respeitada e eminente Patek Philippe que ousou cometer esta transgressão na categoria luxo. Mas como Philippe Stern, o presidente da Patek Philippe, admite hoje, esta quebra de tabu foi um movimento calculado. Uma progressiva mudança de paradigma tinha sido observada. Muitos indivíduos abastados eram muito ativos, não apenas em suas vidas profissionais, mas também em suas atividades de lazer. Eles estavam no comando de iates, esquiavam em montanhas geladas e corriam no Central Park ao amanhecer para ficar em forma. Esta nova geração amava desafios e dinâmicos estilos de vida. Um relógio em ouro, precioso e sujeito a riscos, nos anos 1970, com seu delicado movimento, não se adequava ao seu quotidiano. Tais relógios eram ideais para elegantes eventos noturnos, não para serem usados por ocupados diretores e empreendedores no escritório, na quadra de tênis, ou durante uma partida de golfe no fim de semana. A Patek Philippe antecipou esta tendência e em 1976 lançou o Nautilus Ref. 3700 – um tipo de relógio totalmente novo. Embora desenhado para atrair um novo segmento de consumidores, ele também intencionava convencer donos de Patek Philippe a complementar seu modelo em ouro com uma alternativa com caixa de aço. Ambos os objetivos foram atingidos por larga margem e uma campanha publicitária ajudou a converter o estilo iconoclasta do Nautilus em um princípio. "Um dos mais caros relógios do mundo é feito de aço", proclamava um anúncio com intensa exposição. O título "Combina tanto com um traje molhado como com um smoking" também chamava a atenção.
Nova forma, novo conceito
De fato o Nautilus era provocador. Não apenas um relógio de aço era tratado como a materialização do luxo; o Nautilus quebrou todas as regras estabelecidas com o desenho e construção de sua caixa distinta. A forma do aro era intrigante: nem redonda nem retangular, era um octógono com cantos suavemente arredondados. E as laterais esquerda e direita - alguns as chamavam de "orelhas". Para não mencionar o tamanho, que em 1976 extrapolava em muito o que era considerado contemporâneo e estético: o Nautilus tinha 42 mm de diâmetro e 7,6 mm de altura. Mas havia um plano por trás de tudo e uma razão funcional existia para cada característica do desenho. A caixa não consistia de um fundo, uma lateral e um aro, como ainda hoje é comum. Ao invés disto, era um monobloco – feita a partir um bloco de aço – com um único orifício para a tige. O aro e o cristal eram firmemente parafusados à caixa em 4 pontos. Pessoas que recordam a construção de antigos navios de cruzeiro irão notar a semelhança da caixa com as clássicas vigias cujas janelas redondas também eram fixadas à moldura com uma dobradiça e parafusos de tensão. O resultado: o Nautilus era resistente à água a 120 metros, uma sensação para um relógio casual de produção regular nos padrões de 1976. Isto assegurava aos seus donos que o Nautilus seria uma companhia leal mesmo sob as condições mais adversas.
De "enfant terrible" a objeto de culto
A resposta ao Nautilus variou muito, de "chocante" a "fantástico." Assim, estava claro desde o início que o Nautilus não era um relógio para qualquer um. Ele tinha seus próprios seguidores. E durante os anos 1980, esta comunidade de aficionados cresceu significativamente. O tamanho do relógio, antes criticado, tornou-se um argumento de venda. O Nautilus original de 1976 foi afetuosamente apelidado de "Jumbo" e ao longo do tempo, ele atraiu mais e mais mulheres, estimulando o lançamento da Ref. 4700 em 1980. Em 1981, a Ref. 3800 com 37,5 mm foi desenhada para pulsos mais estreitos. Após a produção do grande Nautilus ter sido descontinuada em 1990, ela permaneceu como o único relógio casual da Patek Philippe por muitos anos. A coleção trazia modelos em aço, aço/ouro e ouro, e alguns até mesmo em platina. Mas o Nautilus sempre manteve sua forma inimitável, com a extensão lateral da caixa, facilmente identificál mesmo de longe. Em 1998, a Patek Philippe novamente apresentou um Nautilus no formato original, desta vez adicionando uma complicação: o indicador de reserva de marcha WZI. 2005 viu o lançamento do primeiro Nautilus com três complicações: a Ref. 3712/1A com reserva de marcha, fases da lua e data. As listas de espera dos revendedores autorizados cresciam cada vez mais, e logo os primeiros Nautilus apareceram nos catálogos da prestigiosas casas leiloeiras, às vezes atingindo preços maiores que o de um modelo novo. O "enfant terrible" havia se tornado um objeto de culto e, mais uma vez, a Patek Philippe demonstrava um profundo compromisso com a tradição combinado com uma série de inovaçõesa em tecnologia e design.
Diferente mas familiar: o novo Nautilus
2006 marca um novo capítulo na história do Nautilus. Toda a coleção foi redesenhada para comemorar os seus 30 anos, e em cinco dos seis novos modelos, a construção da caixa mudou. Estes novos Nautilus agora têm caixas com três peças, o que não compromete sua lendária robustez. Avançados processos de manufatura e novas tecnologias de materiais tornaram possível a construção de clássicas caixas com fundo, lateral e aro que igualam a construção monobloco original em termos de robustez e resistência à água. O mecanismo de vigia para selar o aro, bem como as características extensões laterais permanecem iguais. Mas as dobradiças originalmente retas agora estão suavemente arredondadas, refletindo a curvatura lateral do aro. Este detalhe aumenta a elegância da nova caixa. O desenho do novo Nautilus de tamanho médio foi refinado da mesma forma, mas ele preserva a construção clássica monobloco e aro, em tributo ao original de 1976. Todos os modelos da nova coleção têm um fundo em cristal de safira que revela o movimento Patek Philippe com o cobiçado Selo de Genebra.
Uma novidade: ouro rosa
Sempre disponível em aço, ou ouro amarelo ou branco e raramente em platina, agora o Nautilus, em um de seus modelos em tamanho grande, vem com uma cativante caixa em ouro rosa. Para destacar o apelo estético do material, os mostradores foram retrabalhados para combinar com as caixas. Modelos em aço, como antes, têm mostradores azul-preto, enquanto as versões em ouro rosa têm mostrador marrom-grafite. Ambos têm um floreio técnico: eles são galvanizados e laqueados para produzir um degradê claro/escuro do centro para a periferia, uma característica do Nautilus. O modelo em ouro branco (Ref. 5712) tem um mostrador grafite apenas galvanizado. O típico padrão em relevo horizontal foi mantido, mas os ponteiros estão maiores. Os marcadores de hora luminosos aplicados também estão ligeiramente maiores, com os contornos acompanhando a forma do aro. Com estas sutis modificações, as faces dos novos Nautilus parecem familiares, embora completamente renovadas.
Braceletes em aço e pulseiras de couro: detalhes que contam
Os primeiros Nautilus tinham braceletes em metal notavelmente flexíveis a despeito de seus elos robustos e maciços. A proporção dos braceletes foi refinada e harmonizada com os novos tamanhos das caixas. Cada bracelete visualmente prolonga os contornos da caixa, e os elos gradualmente se estreitam para se encontrar em um fecho dobrável ao mesmo tempo seguro e confortável no pulso. O acabamento foi aprimorado para melhorar a flexibilidade. Como o original, os elos externos são acetinados e os internos polidos. Os modelos grandes em ouro branco e rosa trazem pulseiras em couro de jacaré – preto-safari com ouro branco e marrom com ouro rosa. O fecho dobrável em ouro tem um novo desenho com um sistema de ajuste de comprimento.
O novo carro-chefe: o Nautilus Ref. 5711/1 A
Com seu diâmetro de 43 mm, o novo Nautilus Ref. 5711/1 A é um milímetro maior que seu predecessor de 1976. Isto não é um reflexo da tendência geral de relógios maiores, mas sim do arredondamento dos contornos das extensões laterais. A nova caixa em três partes tem fundo rosqueado em cristal de safira e coroa rosqueada. É resistente à água a 120 metros. Seu movimento automático, provido de um rotor extra-pesado de ouro 21K, é o Patek Philippe calibre 315 SC, aclamado tanto por colecionadores como por conhecedores. Ele traz as horas, minutos, segundos centrais, e a data em uma abertura às 3 horas. Ele vem com caixa e bracelete integrado em aço.
Para pulsos menores: Ref. 5800/1 A
Medindo 38,4 mm de diâmetro, a nova Ref. 5800/1 A é perceptivelmente menor, mas ela ganhou quase 1 milímetro em comparação com seu predecessor, o 3800/1 A (37,5 mm). É o modelo ideal para homens com pulsos menores e irá sem dúvidas atrair mulheres que gostam de relógios maiores. A Ref. 5800/1 é o único dos novos Nautilus a ainda possuir caixa em duas peças; contudo, seu fundo também é de safira. Devido a este desenho de caixa requerer que o movimento seja introduzido pelo lado do mostrador, a tige é dividida. O calibre 330 SC traz as horas, minutos, segundos centrais, e a data em uma abertura às 3 horas. Ele vem com caixa e bracelete integrado em aço.
Ficando complicado: Ref. 5712
Este novo Nautilus tambem tem um proeminente predecessor que adquiriu status de culto virtualmente da noite para o dia. Além das horas e minutos, traz pequenos segundos às 4 horas, indicador de reserva de marcha entre 10 e 11 horas, data às 7 com indicador de fases da lua integrado. Para um relógio mais esportivo, este é um número excepcional de complicações, e seu "layout" adiciona um toque de exclusividade à Ref. 5712/1. Ele possui caixa em 3 peças com fundo de safira, coroa rosqueada e um corretor de fases da lua na lateral da caixa. O corretor limita sua resistência à água a 60 metros. Esse Nautilus complicado traz o famoso calibre automático Patek Philippe 240 PS IRM C LU. Apesar da sua sofisticação, sua altura é de meros 3,98 mm, graças ao microrrotor de ouro 22K. A nova Ref. 5712/1 A tem caixa e bracelete integrado em aço. Ela tem outras duas versões: a Ref. 5712 R em ouro rosa 18K e a Ref. 5712 G em ouro branco 18K. Ambos têm pulseira em couro de jacaré costurada à mão em marrom (ouro rosa) ou preto-safari (ouro branco). Os fechos de segurança dobráveis são em ouro 18K rosa ou branco.
Nautilus cronógrafo Ref. 5980/1 A
O timing está perfeito. Fãs e colecionadores da Patek Philippe esperaram anos pelo primeiro cronógrafo fabricado inteiramente "in-house". Finalmente, em 2005, as oficinas de Genebra apresentaram a Ref. 5959P, o cronógrafo "split-seconds" mais fino do mundo. Em Janeiro de 2006, ele foi seguido pelo Ref. 5960P, o primeiro cronógrafo automático com calendário anual, e agora, a Patek Philippe revela o Nautilus Ref. 5980/1 A cronógrafo. Nada poderia melhor complementar este elegante mas decididamente esportivo relógio que uma função de "stopwatch". Realmente, o novo calibre automático com cronógrafo controlado por roda-de-colunas 28-250 C e a nova caixa de 44 mm do Nautilus combinam perfeitamente. Com sua arquitetura baseada no movimento da Ref. 5960, o 28-250 C apresenta data de mudança instantânea às 3 horas e funções de cronógrafo muito interessantes. O ponteiro de segundos cronográficos com "flyback" serve como ponteiro de segundos contínuos. Isto é possível porque, no novo mecanismo, as três rodas dentadas do cronógrafo, normalmente usadas para iniciar e parar as medidas de tempo, foram substituídas por um disco de embreagem vertical, virtualmente sem fricção. O contador que domina a seção inferior do mostrador também é incomum. Em três escalas concêntricas, ele marca os minutos and horas decorridos. Este fascinante movimento é abrigado em uma nova caixa de 44 mm de diâmetro, sendo o maior modelo da coleção. Os dois botões do cronógrafo são muito bem integrados à caixa. O fundo da caixa em três partes incorpora um cristal de safira, revelando a decoração artística do soberbo movimento, o rotor de ouro e o Selo de Genebra.
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