As “Três Pontes de Ouro” da Girard-Perregaux celebram o seu 125º aniversário
Design emblemático da Alta Relojoaria suíça, o turbilhão com “Três Pontes de Ouro” é a expressão de um patrimônio único. A 25 de Março de 1884, o relojoeiro Constant Girard-Perregaux apresentou no “United States Patent Office” a patente de um desenho de um movimento de três pontes paralelas em forma de setas.
No último dia 25, a Manufatura Girard-Perregaux perpetuou a tradição do Turbilhão com Três Pontes que, há mais de um século, lançou uma visão totalmente inovadora da manufatura do movimento: para além do interesse técnico e funcional que suscitou na época, tornou-se igualmente um elemento de design que se tornou a imagem emblemática desta manufatura.
Raros são os objetos que se podem vangloriar de ter uma origem tão distante mantendo intacto o seu poder de atração.
A história desta peça de culto teve o seu início em 1860. Naquela época, o relojoeiro de La Chaux-de-Fonds Constant Girard-Perregaux conduzia uma investigação sobre o turbilhão. Inventado no início do século XIX, este sistema colocava o órgão regulador do movimento numa “gaiola” que rodava sobre si própria, compensando deste modo as variações verificadas devidos à ação da força da gravidade da terra. Em 1860, Constant Girard-Perregaux criou um relógio que ganhou o primeiro prêmio da competição cronométrica do Observatório de Neuchâtel: o movimento do turbilhão continha três pontes paralelas revestidas de níquel. O relojoeiro prosseguiu a sua busca: neste relógio, o ouro tornara-se um material funcional, e a arquitetura das pontes foi redefinida...
Este moroso trabalho de criação terminou em 1884: o mestre desejou nessa altura proteger o conceito e desenho de um movimento com três pontes em forma de setas dispostas em paralelo. Não existindo na época nenhum organismo competente na Suíça, Constant Girard-Perregaux formulou o seu pedido de patente em solo americano, mais precisamente no “United States Patent Office”, que lhe concedeu a patente a 25 de Março de 1884.
A saga do Turbilhão com Três Pontes de Ouro é coroada de glórias. A sua consagração deu-se em 1889, quando o relógio ganhou uma medalha de ouro na Exposição Universal de Paris. A excelência dos seus trabalhos acabou por colocar a Girard-Perregaux fora dos concursos!
A obra-prima tornar-se-ia um ícone da Girard-Perregaux, e marcava de forma decisiva a história da relojoaria, não só pela sua beleza, mas também pela interpretação estética e funcional do movimento, muito inovadora para a época. Mesmo depois da morte de Constant Girard-Perregaux em 1903, os turbilhões com três pontes continuaram a ganhar prêmios e distinções em competições internacionais. No final dos anos 70, em plena crise da indústria relojoeira suíça, a Girard-Perregaux decidiu construir 20 peças iguais à original de 1889. Na altura foi um empreendimento ousado que antecipava o sucesso do reaparecimento dos relógios mecânicos com complicações. Para criar a primeira peça em 1981, depois de mais de 1500 horas de trabalho, foi necessário (re)aprender a construir alguns componentes já esquecidos e a (re)utilizar técnicas que há muito haviam sido abandonadas. Em 1991, a Manufatura alcançou uma grande proeza com a construção de uma versão em miniatura aplicada a um relógio de pulso. Desde então, foram construídas cerca de 1500 peças.
A atual coleção está em permanente evolução e os novos produtos competem entre si em termos de elegância e criatividade. Mas estes desenvolvimentos, por mais modernos e inovadores que sejam, são sempre conduzidos pelo respeito ao design original. O atelier de Alta Relojoaria da Girard-Perregaux é o depósito e a garantia de um savoir-faire excepcional.
Os relojoeiros mais experientes da manufatura demoram várias semanas na produção de um único Turbilhão com Três Pontes. São necessárias mais de 20 etapas distintas para transformar cerca 180 pequenos componentes nesta admirável arquitetura relojoeira. A título de exemplo, a perfeição das Três Pontes é o fruto de um paciente polimento manual, que necessita por si só de 40 horas de trabalho. Para montar todos os componentes é necessária a mais alta perícia: inicialmente o turbilhão é como um puzzle de 72 peças individuais, que deverá ter um diâmetro final de apenas um centímetro. Extremamente leve (pesa apenas 0,3 gramas), complexo e delicado, o Turbilhão com Três Pontes de Ouro é uma das mais belas expressões da arte da Girard-Perregaux.
Como constata o seu Presidente, Luigi Macaluso: "Num mundo moderno que celebra a efemeridade, há ainda interesse num movimento datado do século XIX. É a prova da perpetuidade da arte relojoeira. Há quem pense que é excessivo passar dias a polir superfícies que não são visíveis, ou a montar dezenas de componentes para formar uma caixa tão leve como a pena de um cisne. Todavia, quem contempla o Turbilhão com Três Pontes de Ouro compreende imediatamente o seu caráter único: é um espetáculo cativante, de uma beleza incomparável, uma arquitetura única que revela uma tradição secular que temos a honra e o dever de perpetuar."
Na celebração do 125º aniversário de um design tão especial, a Girard-Perregaux continua a cultivar a sua paixão pela excepcional arte relojoeira.
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