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Fotos por Simone Annes
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César Rovel e Edouard Henn, Gerente de Produto da Girard-Perregaux
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O novo Turbilhão com Três Pontes de Ouro

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ao se contemplar o novo Turbilhão com Três Pontes de Ouro, apresentado recentemente no SIHH de Genebra, torna-se difícil acreditar que o desenho de seu mecanismo esteja completando 150 anos de idade em 2010. Trata-se de um design clássico da Girard-Perregaux, um símbolo que verdadeiramente representa os mais tradicionais valores da Alta Relojoaria.



O Turbilhão com Três Pontes, marca registrada da manufatura Girard-Perregaux, é possivelmente o mecanismo mais facilmente reconhecível entre os amantes da relojoaria. Seu layout é inconfundível e não perdeu nada de sua atualidade ao longo de um século e meio. O impressionante trabalho de manufatura envolvido na sua produção auxilia na perpetuação do fascínio que ele ainda desperta a cada novo modelo lançado.

Verdadeiro ícone da marca, o Turbilhão com Três Pontes tem origens que remontam a pesquisas do relojoeiro Constant Girard-Perregaux no âmbito do escape de turbilhão, em meados do século XIX.

Após a morte de Abraham-Louis Breguet, em 1823, o interesse pela sua mais notória invenção havia praticamente desaparecido. Constant Girard-Perregaux era um dos poucos relojoeiros da época capazes de realizar a delicada construção de um turbilhão.

No ano de 1860 ele criou um relógio que obteve um prêmio de primeira classe no Observatório de Neuchâtel: seu mecanismo de turbilhão apresentava três pontes paralelas, sob as quais se alinhavam o tambor de corda, a roda central e o turbilhão.

O relojoeiro prosseguiu em sua busca, solicitando uma patente para o Escritório de Patentes dos Estados Unidos em 1884 para proteger o design do movimento com três pontes paralelas no formato de setas. Com isso, ele estabeleceu um conceito completamente novo: o movimento não era mais simplesmente um componente técnico e funcional; ele também era um elemento de design por si só.

Em 1889, recebeu a aclamação máxima: o Turbilhão com Três Pontes de Ouro foi agraciado com uma medalha de ouro na Exposição Universal de Paris.

Contudo, durante a década de 1910, com a ascensão do relógio de pulso após a Primeira Guerra Mundial, a produção de turbilhões foi interrompida pela Girard-Perregaux.

Em 1928 a empresa iria à falência, e a sua posterior venda à família Graef fez com que a marca se afastasse do segmento da Alta Relojoaria por muitos anos.

No final dos anos 1970, em plena crise da indústria relojoeira, então dominada pela produção dos relógios a quartzo, a Girard-Perregaux decidiu retomar a produção deste ícone da mais refinada relojoaria mecânica Suíça.

Foi um admirável esforço, que precedeu o renovado interesse pelos relógios mecânicos complicados.

O primeiro de uma série de vinte relógios de bolso foi criado em 1981, resultado de cerca de 1.500 horas de trabalho de uma equipe de relojoeiros comandada por Denis Schnegg.

Desde então, as oficinas da Manufatura têm produzido pequenas séries de relógios de pulso a cada ano, oferecendo uma visão moderna do design original.

Em 2010, o movimento icônico da Girard-Perregaux, expressão de um patrimônio único, surge abrigado em uma caixa redonda ampliada para modernos 41 milímetros de diâmetro, exibindo uma elegância atual e atemporal.

A arquitetura histórica do Turbilhão com Três Pontes de Ouro se apresenta em um novo tamanho em uma edição limitada de 50 exemplares, a mais nova obra-prima da coleção de Alta Relojoaria da Girard-Perregaux.

A nova versão do lendário modelo adotou o raro formato das pontes do relógio premiado em 1860 pelo Observatório de Neuchâtel. Elas foram reinterpretadas em uma versão esqueletizada que confere uma pureza muito contemporânea ao relógio.

Sua deslumbrante perfeição é fruto de uma preparação minuciosa: as pontes são cortadas e então polidas à mão com extremo cuidado. São necessários 7 dias completos de trabalho para se atingir um acabamento impecável.

O delicado turbilhão também é objeto de uma atenção extrema: a montagem dos 72 componentes requer uma incrível habilidade, já que se trabalha com um diâmetro de um centímetro.

Ele pesa 0,3 gramas, uma leveza comparável à de uma pluma de cisne, e possui um sistema de corda automática patenteado pela Manufatura: uma massa oscilante com um pequeno diâmetro, feita de platina, no espaço existente abaixo e ao redor do tambor. Desta forma se deixam intactas as dimensões e a arquitetura do movimento.

A caixa de ouro rosa tem proporções e curvas que se adaptam de forma ideal ao pulso, oferecendo uma nova dimensão à prestigiosa coleção dos Turbilhões com Três Pontes de Ouro e perpetuando desta forma sua maravilhosa história.



Especificações técnicas


O novo Turbilhão com Três Pontes de Ouro possui uma caixa redonda em ouro rosa com diâmetro de 41 mm e altura de 11 mm, resistente à água a 30 metros. O fundo é fixado com 6 parafusos. O mostrador é protegido por um vidro de cristal de safira curvo antirrefletivo e a coroa em ouro possui a logomarca GP gravada.

O movimento Girard-Perregaux calibre GP9600C, mecânico com corda automática, possui diâmetro de 32 mm, espessura de 6,25 mm e uma frequencia de 21.600 vibrações/hora (3 Hz).

A roda do balanço com parafusos de ajuste em ouro possui um diâmetro de 8,35 mm e oscila livremente, compondo o órgão regulador com uma espiral de curva terminal Philips.

O tambor de corda possui tampa com motivo Guilloché e gravação manual, com tratamento por eletrodeposição em dois tons. Sobre ele é montado o microrrotor feito de platina, patenteado pela Girard-Perregaux, que garante uma reserva de marcha de 48 horas.

O movimento completo possui 262 componentes, sendo 72 pertencentes à gaiola do turbilhão, que pesa 0,3 gramas. No total são 30 rubis.

O turbilhão efetua uma rotação por minuto, com carruagens superior e inferior chanfradas e polidas, assim como as pontes do escapamento e da âncora. A carruagem é balanceada com parafusos de ajuste em ouro.

O modelo apresenta indicações de horas e minutos com ponteiros de ouro e pequenos segundos com um ponteiro de aço azulado sobre o eixo do turbilhão. Ele é complementado por uma pulseira de couro de jacaré preto costurado à mão, com um fecho dobrável em ouro com a gravação Girard-Perregaux.


A edição é limitada a 50 peças, recebendo uma numeração gravada manualmente.



Publicado originalmente na Revista Pulso no. 67, Março/2010
 
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