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Urwerk
 
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Felix Baumgartner
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Martin Frei
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Martin Frei e Felix Baumgartner
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O trabalho dos relojoeiros na Urwerk
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Acabamento manual da caixa do UR-202
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Fabricação da caixa do UR-202

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Urwerk - inovação na Alta Relojoaria


Muito do que é criado no presente pode recuar a um exemplo primordial, a uma origem, a um início essencial, tal como indica o nome da ancestral cidade Suméria de Ur, cujo nome é a raiz etimológica da palavra alemã que significa ancestral. A história da Urwerk (literalmente "mecanismo ancestral") tem, como tudo, um princípio.

Esse início foi protagonizado por dois irmãos, Felix e Thomas Baumgartner, da terceira geração de uma família de relojoeiros de Shaffhausen, no nordeste da Suíça. A sua relação com a relojoaria inicia-se cedo e enquanto Felix Baumgartner com sete anos já ajudava o seu pai na oficina de restauro, o seu irmão Thomas iniciava uma aprendizagem na conhecida IWC como operador de tornos de precisão. Mais tarde, durante os seus estudos na conceituada escola de relojoaria de Solothurn, Felix teria oportunidade de comprovar a utilidade do que aprendera com o pai ao verificar que superava os seus colegas de escola em desempenho e conhecimento.

Em 1995, após terminar o seu curso, surge-lhe a oportunidade de trabalhar com um dos grandes mestres relojoeiros da atualidade, Svend Andersen. Aí inicia o desenvolvimento do mecanismo que viria a servir de base à criação do calibre dos modelos 101/102.

Durante este período, Thomas viaja para a Inglaterra, onde se dedica ao restauro de relógios ingleses antigos. Em seguida, e após um breve período no atelier do seu pai, Thomas trabalha durante alguns anos com François Junod a desenhar, construir e reparar autômatos, incluindo o famoso “escritor” de Jacquet Droz. Muda-se então para Genebra, onde continua a trabalhar para Junod e outros clientes. Após um ano, Felix e Thomas abrem um atelier em conjunto. Durante este período, Felix continuou a trabalhar com Andersen e, durante uma semana por mês, na Vacheron Constantin, para ajudar a pagar as suas contas.

Em 1995 surge pela primeira vez a idéia de conceber um relógio próprio, apenas por diversão. Na base da idéia estava a percepção de que um relógio complicado deve parecer simples, fugindo à multiplicidade de ponteiros que normalmente preenchem o mostrador, dificultando a sua leitura. Eles decidem assim conceber um relógio minimalista, moderno e inovador, tomando forma a idéia de um sistema com hora digital viajante. É nesta altura que surge Martin Frei, um artista que já era amigo dos irmãos Baumgartner há alguns anos. Martin adorava relógios, pelo que a sua reação entusiástica ao conceito básico que os irmãos lhe apresentaram se traduziu numa série de desenhos que revelaram uma nova e distinta imagem, em que o fato da sua formação não ser oriunda da indústria relojoeira ficava evidente.

Em 1997, já como trio, formam a “Urwerk”. A filosofia da empresa baseava-se na criação de peças de alta relojoaria que fossem além das “comuns” complicações apresentadas pelas marcas mais conhecidas. No mesmo ano, Svend Andersen convida-os para expor na feira de Basiléia, no stand da associação criada por ele e Vincent Calabrese, a AHCI. Aqui são apresentados e expostos pela primeira vez os protótipos do que viriam a ser o UR-101 e o UR-102. Com um desenho e concepção de caixa extremamente complicados, estes modelos marcaram pelo seu minimalismo e design inovador, tendo sido apelidados respectivamente de “Millenium Falcon” e “Sputnik” em alusão às suas formas peculiares.

Também a forma como indicavam o tempo se destacava. Não havia ponteiros, apenas a figura da hora que viajava solitária sobre o mostrador desenhando um arco similar ao que o sol descreve sobre o horizonte visível desde o amanhecer até o poente. Numa única leitura, o percurso da hora digital dava-nos informação simultânea e precisa sobre a hora e sobre quantos minutos tinham passado.

No entanto, este conceito não era algo totalmente novo. Quando Thomas e Felix Baumgartner procuravam uma forma de traduzir a sua filosofia do tempo num novo conceito de cronometria, depararam com uma peça peculiar. Em 1656 os irmãos Campanus tinham construído um relógio de noite para o Papa Alexandre XII. Este relógio era inovador ao substituir o ponteiro único de então por discos rotativos que descreviam um arco semicircular ao longo do mostrador do relógio. A cada hora surgia um dígito equivalente que descrevia então o percurso em arco com a duração de uma hora. Esta foi a inspiração que passou a servir como “código genético” para a criatividade da Urwerk.

Em 2003 é apresentado na feira de Baselworld o UR-103. A introdução de satélites tridimensionais para indicar as horas permitia agora a leitura das mesmas em ângulos até então impensáveis. Era agora possível ler as horas sem ter de se rodar o pulso. Adicionalmente, o UR-103 apresentava no seu verso um painel de controle com indicações de segundos e minutos, além de um prático sistema de regulação manual de avanço e atraso do movimento.

Este modelo tornou-se um êxito, elevando os irmãos Baumgartner e Martin Frei para uma outra dimensão e, simultaneamente, atraindo a atenção de vários quadrantes da indústria relojoeira suíça. Entre outros, conseguiram atrair a atenção de Maximilian Büsser, então responsável pelos destinos da “Harry Winston Rare Timepieces”. Nesta altura, Thomas Baumgartner decide retirar-se para ambientes mais calmos, deixando a “Urwerk” entregue ao irmão Felix e a Martin Frei.

Forma-se assim uma parceria entre a Harry Winston Rare Timepieces e a Urwerk que, ao fim de 2 anos de intenso desenvolvimento, resulta na apresentação durante a feira de Baselworld de 2005 do extraordinário Opus 5. Este modelo era uma clara evolução do sistema orbital de satélites tridimensionais apresentado com o modelo UR-103. Contemplava uma indicação retrógrada de minutos com provavelmente a maior amplitude já utilizada num relógio de pulso. A criatividade demonstrada na concepção da forma de indicar o tempo neste modelo é simplesmente brilhante.

Seguiu-se uma evolução do UR-103, o UR103.03. Este modelo veio desvendar um pouco mais o sistema mecânico de satélites empregue no movimento, através do prolongamento do cristal que passa a cobrir uma boa parte da superfície do topo da caixa do relógio.

Finalmente a aventura culmina com a recente apresentação do UR-201, uma fantasia no universo da micro-mecânica tridimensional e uma evolução natural com base na experiência adquirida com o Opus V. No UR-201, o tempo é indicado utilizando ponteiros de minutos telescópicos que deslizam pelo interior de três satélites rotativos em órbita circular, que por sua vez indicam as horas. Estes ponteiros telescópicos seguem uma escala composta por três vetores ajustando-se com precisão à distância variável que os separa dos satélites durante o seu percurso circular.

Esta façanha da micro-mecânica é alcançada através de uma came que controla o caminho a percorrer pelo ponteiro mantendo-o sempre com o comprimento adequado à indicação precisa na escala dos minutos. Cada satélite apresenta 4 horas distintas, 1/4/7/10, 2/5/8/11 e 3/6/9/12. À medida que a nova hora se aproxima da escala dos minutos, o seu ponteiro integrado estende-se de forma a assinalar a sua passagem. À medida que esta hora decorre, os dois satélites restantes, com os seus ponteiros recolhidos, aguardam a sua vez rodando lentamente sobre si próprios e preparando a indicação das horas subseqüentes.

O mostrador apresenta ainda indicações adicionais de corda restante (50 horas) à esquerda, contrabalançada através de uma indicação de noite/dia à direita. Tal como nos modelos anteriores, o UR-201 não prescinde das indicações suplementares no verso da sua caixa. Um painel de controle nos dá uma leitura de parâmetros pouco habituais na relojoaria. O indicador de “mudança de óleo” avisa-nos de que, passados três anos, chegou a hora de submetermos o relógio à necessária revisão periódica.

Uma nova indicação linear, no espírito de um odômetro e totalmente original na relojoaria, permite-nos conhecer o número total de horas que o movimento esteve em funcionamento, através de uma escala com capacidade para mais de cem anos de registro. Finalmente encontramos um pequeno parafuso que permite o acerto com precisão por parte do próprio utilizador de qualquer atraso ou avanço que o relógio possa apresentar.

Martin Frei descreve assim esta brilhante criação:

“O 201 é uma máquina para dominar o tempo. Possui a força, o caráter e a agressividade necessária para se agarrar aos minutos. O 201 é como uma máquina viva adaptando-se ao seu ambiente, reagindo e transformando o seu percurso temporal. Apesar de ter tido um papel na sua criação, o relógio continua a impressionar-me. O 201 é uma máquina que se tem de domesticar, pelo que lhe dei a alcunha de “Hammerhead”.

O caráter único da Urwerk eleva-se com este modelo a uma nova dimensão. O seu design e complicações mecânicas únicas são o resultado de anos de investigação, experimentação, prototipagem e testes. Não bastou a Felix Baumgartner e Martin Frei modificar as atuais complicações, mas antes tiveram a coragem de inventar, desenvolver e conceber as complicações do nosso amanhã, transformando o passado em futuro.
 
 

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